agronegócio verde

A sustentabilidade do agro começa pelos insumos. O agronegócio verde avança com consumo de fertilizantes e defensivos não químicos. (Foto: Divulgação)

Mais do que duplicar a produção em 10 anos, agronegócio tem que mostrar que é sustentável

Por: Gladis Berlato | Em:
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Mantidos os sucessivos recordes de produção do agronegócio, o Brasil poderá duplicar a produção, alcançando 645 milhões de toneladas de grãos em 10 anos, quando também será o maior fornecedor de carnes, com 36 milhões de toneladas, lideradas pelo frango. O acompanhamento é baseado em estatísticas e análises da Cogo Inteligência em Agronegócio, mostrado pelo diretor Carlos Cogo, no Congresso da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), organizado pela Zest Eventos, em São Paulo, nesta semana (08 a 10/08), reunindo mais de 10 mil pessoas.


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Para isso, enfrentará inúmeros desafios, como o da capacidade estática de armazenagem brasileira, hoje em pouco mais de 60%. Isto significa que apenas 126 milhões das 319 milhões de toneladas colhidas conta com armazenamento adequado, impactando os custos. Na lista de problemas a serem enfrentados estão, ainda, irrigação, falta de crédito e a conectividade para beneficiar todo o território. 

O histórico de sucesso do agro enfrenta, também, o desafio do novo ganho de produtividade sempre com sustentabilidade. Dessa forma, como o Brasil pode contribuir ainda mais neste desafio? “Com métricas, rastreabilidade e com boa comunicação”, responde a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, para quem este é o caminho para enfrentar as barreiras impostas pela comunidade europeia. E outras que virão, já que China e Estados Unidos também podem adotar atitudes semelhantes de barreiras. 

Agronegócio verde

A sustentabilidade do agro começa pelos insumos. O agronegócio verde avança com consumo de fertilizantes e defensivos não químicos. Atualmente, os bioinsumos respondem por 6% do mercado e a meta é chegar a 30% em cinco anos. 

Apesar da elevada e perigosa dependência de 85% por fertilizantes importados, 55% dos agricultores brasileiros já adotam algum produto biológico no plantio. O percentual é bem superior à média mundial de 14% e dos 6% dos EUA, onde 38% dos agricultores desconhecem a prática. Uma das alternativas que começam a ser trilhadas é a produção nacional de defensivos biológicos. No entanto, há adversidades a serem enfrentadas, como a falta de moléculas, bacilos, organismos e vespas de controle que integram a formulação.  

Mesmo assim, o mercado de biodefensivos teve um aumento se faturamento de 66% na última safra, o que tem animado novos empreendimentos. É o caso do Grupo Santa Clara, de Ribeirão Preto, que acaba de criar a Inflora Biociências, que nasce com mais de 10 microrganismos próprios já registrados, além de registros de produtos prontos. “Estamos apontando no potencial do agro brasileiro e no dinamismo do segmento de bioproteção”, afirma o diretor técnico e de marketing, Marcelo Rolim

Comunicação estratégica

O presidente executivo da entidade, Paulo Tibúrcio, garante que há total sintonia entre as lideranças de que este caminho é estratégico para o Brasil e que é preciso mostrar que o País alimenta o mundo com responsabilidade. O plano é buscar a autossuficiência em insumos com racionalidade nas práticas protecionistas e regulatórias, de modo a não inibir a liberdade de empreender com competitividade, ponto onde entra a reforma tributária amplamente discutida. 

Agroindústria, distribuidores e produtores rurais reafirmaram a importância da aprovação do texto pelo Senado Federal, mas lembraram a necessidade de a legislação ser justa para não prejudicar quem produz. 

Renato Cochon, coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), está otimista, mas preocupado com o impacto sobre os custos e preços finais. Assim como Nilson Leitão, presidente do Instituto Pensar Agro, que alertou que o texto atual não pode gerar benefícios somente ao governo como arrecadador maior.

Agronegócio brasileiro entra na avenida

Em clima de total otimismo, apesar dos desafios, ficou o consenso no Congresso ANDAV 2023, de que “não basta ser, tem que parecer e convencer”. O maior produtor e exportador de grãos do mundo vai entrar na passarela do samba. E mostrará suas conquistas por meio do enredo da Escola de Samba paulista Mancha Verde no carnaval de 2024. 

Sob o tema “Do solo para o mundo: o campo que preserva, o campo que produz, o campo que alimenta”, o setor usará a avenida para mostrar que produz com sustentabilidade, utilizando os modernos sistemas de preservação em toda a cadeia produtiva. Segundo Vivian Lima, CEO da Zest, promotora do evento, a ação integra a estratégia de mostrar para os estrangeiros e para os brasileiros urbanos que o sucesso do agronegócio é fruto das melhores práticas e do respeito ao meio ambiente.  

agronegócio será tema de enredo da Mancha Verde em 2024
Escola de Samba paulista Mancha Verde apresentará enredo sobre o agro brasileiro no carnaval de 2024.

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