O Bradesco e o Itaú Unibanco iniciaram, este ano, uma parceria com a IBM Quantum Network, uma rede de empresas, universidades, instituições governamentais e hubs de inovação que tem como objetivo fomentar e experimentar o uso da computação quântica e seu estudo. Com isso, ambas as instituições passaram a integrar uma rede de debate com quem está na vanguarda da computação quântica, o que possibilitou o acesso aos computadores quânticos da IBM, via nuvem, para desenvolver seus próprios experimentos no setor financeiro.
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A relação entre essa nova tecnologia e campo de atuação dos bancos é destacada desde de 2019, quando a IBM lançou o Q System One, o primeiro computador quântico do mundo de utilização comercial. A discussão se dava em torno de como a nova computação afetaria o campo e quais seriam os riscos e as oportunidades.
Em 2023, quatro anos depois, Moisés Nascimento, diretor de Tecnologia e líder da área de Dados e Analytics do Itaú Unibanco, explica a importância da ferramenta para o setor financeiro:
“A computação quântica é importante para o setor financeiro porque ele é pioneiro no uso de modelagem avançada de analytics, seja de dados para inteligência artificial ou score de risco, score de crédito e coisas do gênero. A computação quântica vem aumentar a nossa capacidade, dentro do processo de modelagem, de resolver problemas que na computação clássica são impossíveis de serem resolvidos pela limitação do hardware.”
Moisés Nascimento, diretor de Tecnologia e líder da área de Dados e Analytics do Itaú Unibanco
Os caminhos da tecnologia em cada banco
Os estudos do Itaú para a utilização do novo recurso tecnológico existem desde 2019. No entanto, em 2022, a estratégia se expandiu. A partir de então, o time focado na área triplicou. O banco fechou uma parceria com a QC Ware, empresa de software e serviços quânticos, para testar o aumento de eficiência da computação quântica na retenção de clientes.
Com a IBM, a ideia é dar mais um passo para a adaptação ao recurso, utilizando computadores ainda mais potentes. “Também temos acesso não só às academias que estão pesquisando o assunto e trocando ideias, mas aos outros bancos mundiais e empresas de outros setores que estão trabalhando em cima de quantum”, destaca Nascimento.
No Bradesco, o foco se dá nos riscos e benefícios que a criptografia pós-quântica pode trazer para o setor financeiro. A preocupação concentra-se na vulnerabilidade dos sistemas de segurança bancária, em razão da rápida evolução dos computadores com esse sistema.
“Como a tecnologia está em uma fase muito experimental, ninguém tem muitas certezas, mas existe uma probabilidade real de que até 2030 teremos um computador quântico capaz de quebrar a criptografia que temos. A probabilidade ainda é baixa, mas como ela existe e a tecnologia tem evoluído muito rápido, já queremos estar prontos.”
Cíntia Barcelos, diretora de tecnologia do Bradesco
Nessa linha, o banco virou sua atenção para projetos que visam solucionar vulnerabilidades. Além da parceria para a IBM Quantum Network, o Bradesco tornou-se o primeiro banco brasileiro a compor o IBM Quantum Safe Explorer, uma rede que ajuda organizações a localizar e atualizar ativos criptográficos e consertar vulnerabilidades.
*Com informações da Época Negócios