O Corporate Venture Capital (CVC) é uma das principais iniciativas responsáveis por associar grandes corporações às startups, com o objetivo de evitar uma defasagem destes largos empreendimentos em relação às constantes transformações impostas pelas tecnologias. De acordo com a plataforma de inovação Distrito, a constante evolução dos meios e ferramentas digitais obrigou esse direcionamento para evitar que grandes colossos do mercado fossem ultrapassados.
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A modalidade do CVC funciona como um setor independente de uma corporação que tem permissão para investimentos em ideias, projetos e empreendimentos inovadores. Desse modo, como o Venture Capital tradicional – capital de risco – o CVC é fundamental para realizar a manutenção do ambiente de inovação inventivo e proporcionar resultados.
“Antes, apenas algumas companhias, as mais visionárias, estavam se relacionando e investindo nas startups. Com a Covid-19, empresas em geral viram a necessidade de se digitalizar, o que gerou uma virada nesse mercado”, explica Rodolfo Santos, diretor de CVC da Bossanova Investimentos. Em 2022, o investimento no modelo foi de US$ 797,90 milhões, mais do que triplicou em relação a 2020, que chegou a US$ 242,36 milhões.
Apesar disso, a oscilação acontece como em qualquer mercado. No primeiro semestre deste ano, como resultado da taxa de juros que cresceu em escala global e o colapso inesperado do Silicon Valley Bank, responsável por fazer a manutenção dos ativos de quase metade das startups de venture capital dos Estados Unidos, os investimentos tiveram uma queda.
Para Rodolfo, apesar de a Selic ter um grande impacto, o crescimento mercadológico vai seguir pelo fato de o CVC ter o diferencial de alinhar pilares fundamentais, como o retorno financeiro, estratégico, e o operacional. “Esses três ganhos só são possíveis com o CVC”, ressalta.
Visando esse mercado, o Brasil possui diversos fundos atuando em diferentes frentes. O Banco do Brasil anunciou, em 2022, a estruturação de dois fundos de investimentos proprietários que integrarão seu programa de CVC. O banco vai investir em startups estrategicamente pensadas para o negócio, porém, um dos fundos tem o objetivo de gerar impacto socioambiental positivo. Além disso, em junho deste ano, foi anunciado uma aplicação de R$ 4 milhões na Payfy, plataforma que proporciona soluções que auxiliam empresas a gerenciarem gastos corporativos, em uma rodada seed.
O Mercado Livre é outra instituição interessada na área já há algum tempo. O fundo CVC da gigante do mercado eletrónico, Meli Fund, foi iniciado ainda em 2013, na Argentina, país de origem da empresa, e veio para o Brasil em 2019. Já em 2020, seis startups receberam investimentos. As brasileiras Warren, BizCapital, Kangu, Pier, EmCasa e Carflix, e a argentina Intuitivo, com aplicação total de R$ 30 milhões.
A lista de grandes corporações com interesse no setor só aumenta. O banco BRB, a Vale, a Totvs, a varejista Renner e a companhia brasileira de papel e celulose Suzano são algumas das instituições que investem milhões de euros no CVC, tendo em perspectiva a evolução natural do mercado em sinergia com a tecnologia.
*Com informações da Época Negócios
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