Economistas-chefe de alguns dos principais bancos que atuam em território nacional indicaram, na última terça-feira (22), que o resultado fiscal do Brasil e o crescimento abaixo do esperado da economia chinesa são fatores que preocupam no atual cenário econômico brasileiro.
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Em evento realizado pelo banco Santander em São Paulo, Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual (BPAC11), afirmou que o mercado financeiro não acredita que o governo vai entregar as metas fiscais estabelecidas para os próximos anos. Ainda pontuou que a dívida bruta seguirá aumentando no período, mas que há alternativa para desacelerar esse crescimento.
O governo persegue, atualmente, um déficit fiscal de R$ 100 bilhões em 2023 e o resultado primário zero para o próximo ano. Para 2025 e 2026, espera-se um superávit fiscal de R$ 50 bilhões e de R$ 100 bilhões respectivamente.
“Seria um ajuste de 200 bilhões de reais em três anos. Se o governo conseguir isso, a dívida vai crescer devagar.”
Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual (BPAC11)
Em entrevistas, representantes do governo têm afirmado que alcançar o déficit de 100 bilhões de reais este ano será uma tarefa difícil, mesmo assim o valor segue servindo de parâmetro para este ano, da mesma maneira que o resultado primário zero segue como a referência para o próximo ano.
“No curto prazo, tenho muita dúvida sobre como o governo vai fechar o orçamento do ano que vem. A meta de déficit zero é muito difícil”, aponta Cassiana Fernandez, economista-chefe do JP Morgan. Em contrapartida, ela acredita que caso o governo volte atrás na meta, os mercados seriam impactados negativamente.
Rumos da economia chinesa
A China é o principal foco da apreensão dos economistas. Nas últimas semanas, diversos dados e informações vindas do gigante asiático afetaram negativamente os mercados de todo o mundo. Na perspectiva de Mansueto, o país não pode lidar com três ou quatro anos de crescimento baixo, porque o país necessita de programas sociais.
“A China não tem grandes programas sociais. Se este país parar de crescer, pode colocar em risco o próprio sistema chinês. O que a gente não consegue entender é por que o governo está tão reticente em apoiar de forma mais firme o crescimento.”
Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual (BPAC11)
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, recentemente, declarou que possui preocupações no que diz respeito ao crescimento da China, por ser um importante comprador de produtos nacionais, em especial do setor agrícola.
*Com informações do Dinheirama
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