Em parceria firmada no primeiro semestre deste ano, A Shell e o Senai Cimatec iniciaram a segunda fase do programa BRAVE (Desenvolvimento de Agave no Brasil, em inglês). A iniciativa visa a utilização do agave, planta usada na produção de tequila, como fonte de biomassa para a fabricação de etanol, biogás e outros produtos no sertão nordestino.
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Para Amilcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), qualquer produto que puder ser plantado no semiárido para produzir não só energia, é de bom trato e, apesar do longo período de produção, visto que agave leva de oito a dez anos para “dar corte”, a iniciativa é louvável.
“Nós temos uma região semiárida mal utilizada, que precisa ser melhor utilizada para que possa trazer renda para produtores rurais. Ao nosso propósito de fazer uma classe média rural, quanto mais utilização das áreas de sequeiro, melhor.”
Amilcar Silveira, presidente da FAEC.
O programa BRAVE Mec vai ter como objetivo central a mecanização do plantio e colheita, buscando soluções tecnológicas para processos que atualmente são realizados manualmente ou com equipamentos de baixa tecnologia. Enquanto isso, o BRAVE Ind se concentrará no processamento das espécies de agave, visando a obtenção de etanol de primeira e segunda gerações, biogás e outros coprodutos.
“A nova etapa do BRAVE prevê o desenvolvimento de tecnologias de mecanização para o plantio e a colheita e de processamento de diferentes espécies de agave. Ambas as frentes de atuação vão correr simultaneamente, ao longo de cinco anos.”
Shell Energy Brasil, via comunicado.
Com investimento chegando a R$ 100 milhões, o BRAVE é financiado pela Shell Brasil com recursos da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Na primeira parte de pesquisas de desenvolvimento, a petrolífera teve parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e contou também com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
“Dentro da estratégia da Shell ‘Impulsionando o Progresso’ temos quatro pilares: gerar valor para acionistas, impulsionar vidas, respeitar a natureza e zerar emissões líquidas de carbono, e o BRAVE consegue entregar resultados em todos os pilares. É um projeto realmente diferenciado, inovador e transformacional.”
Alexandre Breda, gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil.
A Shell Brasil, hoje, investe aproximadamente R$ 600 milhões em projetos de pesquisa e desenvolvimento no país. 30% desse montante é destinado a outros trabalhos que visam a transição energética.
*Com informações da CNN Brasil.
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