A tecnologia de Captura, Armazenamento e Utilização de Carbono está se desenvolvendo de forma acelerada. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), até 2030, mais de 200 novas instalações em todo o mundo devem entrar em operação, capturando mais de 220 milhões de toneladas de CO2 anualmente.
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Em 2022, foram anunciados 159 novos projetos, mais de três vezes o número de empreendimentos em operação atualmente. Embora a solução seja entusiasmante para setores intensivos em carbono, como petróleo, gás e siderurgia, ela enfrenta desafios, incluindo a etapa de transporte.
A ausência de redes de transporte e armazenamento disponíveis começa a se tornar uma barreira à medida que esses projetos avançam, como aponta um estudo da Rystad Energy. A empresa de pesquisa estima que, até 2030, 330 gasodutos estarão em operação para transportar gás por terra.
No setor de offshore, os oleodutos terão um papel significativo. Ainda assim, o transporte marítimo será crucial por sua flexibilidade e custo relativamente baixo para carregar emissões de carbono por distâncias mais longas. A Rystad prevê que mais de 90 milhões de toneladas de CO2 vão ser transportadas até o final da década, o que irá exigir uma frota de 55 transportadores.
No entanto, a indústria naval atualmente é dependente de derivados de petróleo com emissões elevadas, como diesel marítimo ou óleo combustível de baixo teor de enxofre, o que levanta questões sobre o impacto ambiental do processo.
A consultoria calcula que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em rotas mais curtas, como as planejadas na Europa, tendem a ser relativamente baixas. No entanto, o impacto ambiental aumenta consideravelmente em viagens de longa distância, como as que percorrem mais de 5.000 km, como as previstas entre Japão, Malásia e Austrália, ou a mais longa anunciada até o momento, entre a Coreia do Sul e a Arábia Saudita, que cobre pelo menos 12 mil km em apenas uma direção.
“O transporte marítimo de dióxido de carbono é um mercado emergente agora, mas deverá desempenhar um papel significativo na solução climática global nos próximos anos. No entanto, permanecem questões sobre o impacto ambiental do processo.”
Lein Mann Bergsmark, vice-presidente de pesquisa da cadeia de suprimentos da Rystad Energy.
Ao analisar as rotas de transporte de CO2 programadas para entrar em operação até 2030, a Rystad estima que os navios que percorrem distâncias mais extensas poderiam ser responsáveis por até 5% do total de CO2 transportado. A adoção de gás natural liquefeito (GNL) poderia resultar em uma redução de 18% nas emissões, enquanto o uso de metanol azul (que envolve o processo de CCS) levaria a uma queda de 20%. No entanto, a maior redução seria alcançada com o uso de amônia azul, com um impacto de até 80%.
*Com informações do epbr.
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