A aquicultura tem ganhado destaque na cadeia de produção de alimentos saudáveis no Brasil. O cultivo de animais e vegetais aquáticos, como peixes, moluscos, algas e crustáceos, tem crescido nas últimas décadas e vem se tornado relevante na geração de emprego e renda nacional.
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O Brasil tem um grande potencial para esse tipo de produção, porque essa atividade pode ser desenvolvida tanto em águas salgadas como doces, ambas em abundância no país. Felipe Matias, ex-secretário de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura e atual Cientista Chefe da Pesca e Aquicultura da FUNCAP, tem projeções positivas em âmbito nacional e regional no setor, tendo em vista a atuação expressiva que o Brasil já possui nesse mercado. O país é o quarto maior produtor de tilápia (principal espécie produzida no Brasil) do mundo.
“O estado do Ceará foi, durante muitos anos, o maior produtor de aquicultura do país, o maior produtor de tilápia e o maior produtor de camarão. Nós tivemos vários problemas com a nossa tilápia e nós baixamos, drasticamente, a nossa produção de piscicultura de tilápia. Por outro lado, nós desenvolvemos bastante a questão da produção de camarão marinho da carcinicultura e hoje o Ceará é disparadamente o líder na produção nacional de camarão marinho cultivado.”
Felipe Matias, Cientista Chefe da Pesca e Aquicultura da FUNCAP
De acordo com a Embrapa, o Brasil não é, ainda, um país de grande destaque no cenário mundial da produção aquícola. Entretanto, o Brasil possui, além de 8.500 km de zona costeira, aproximadamente 12% do total mundial de águas continentais (rios, lagos e reservatórios artificiais), bem como espécies nativas com potencial de exploração comercial.
“O Brasil, normalmente, se situa entre décimo segundo a décimo quarto colocado em nível mundial. Só que nós temos um grande potencial para estarmos entre os cinco maiores de forma geral. O Brasil está se preparando para conseguir ocupar este lugar que, de fato, nós temos potencial e merecemos. Eu acredito que nos próximos dez anos a gente deve alcançar este patamar. Senão entre os cinco, certamente, entre os dez maiores.”
Felipe Matias, Cientista Chefe da Pesca e Aquicultura da FUNCAP
Na próxima semana, ocorrerá o International Fish Congress Brasil (IFC), o maior evento de aquicultura do país, em Foz do Iguaçu, que agrega toda a cadeia produtiva da parte de pesca e aquicultura; e a INNAQUA, conferência sobre inovações na área, que acontecerá em Puerto Varas, no Chile. Ambos os eventos visam a promoção do setor e contarão com a participação de autoridades e especialistas do meio.
Matias estará presente em ambas as ocasiões. No IFC, o Cientista Chefe da Pesca e Aquicultura da FUNCAP irá fazer uma palestra sobre a aquicultura e a bioeconomia azul, além de coordenar um painel sobre inteligência artificial na aquicultura.
Na INNAQUA, conferência que visa a formação de uma aliança internacional pelas inovações na aquicultura, além de Felipe Matias, vão estar presentes, pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, a secretária Nacional de Aquicultura, Tereza Nelma, e o diretor de Desenvolvimento e Inovação, Paulo Faria.
Matias também destaca a dificuldade e a importância da presença brasileira em encontros que envolvem países do mundo todo. “É difícil porque são eventos que têm um custo alto, e muitos produtores e cientistas não têm recursos para ir”, ressalta.
“É sempre bom quando nós podemos ter participação de brasileiros. No caso da INNAQUA, nós vamos ter pessoas de vários países: Estados Unidos, Noruega, China, Brasil e vários países da América Latina. Então, é muito importante essa participação porque traz a questão de informações, de inovações, de intercâmbio. Sempre é muito relevante.”
Felipe Matias, Cientista Chefe da Pesca e Aquicultura da FUNCAP
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