No cenário global, a indústria agropecuária está cada vez mais adotando práticas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), e no Brasil, isso pode se refletir em uma transformação das frotas que incluem caminhões, tratores, caminhonetes e pickups nos próximos anos. A tendência de veículos elétricos já é realidade em outros países, como os Estados Unidos e a China, que estão fazendo investimentos substanciais nesse setor.
De acordo com Ricardo David, sócio-diretor da Elev, uma empresa que que atua na área da eletromobilidade, uma das principais vantagens dos veículos elétricos no contexto rural é a redução significativa dos custos para os agricultores.
“Os automóveis elétricos possuem, em média, cerca de 20% das peças de um carro à combustão, o que torna a manutenção mensal e a troca e reposição de peças um custo significativamente menor. Além disso, esses modelos também diminuem o impacto ambiental, sendo uma parte significativa de uma produção sustentável e preocupada com o meio ambiente”
Ricardo David, sócio-diretor da Elev
O carregamento desse modelo de veículo é realizado com base no preço do kWh, que geralmente é mais baixo do que os preços nacionais de gasolina, diesel ou etanol. A recarga é feita em estações de carregamento elétrico, conhecidas como eletropostos. “Além disso, os produtores rurais podem usar esses veículos, como caminhões, tratores e carros, como geradores de energia em qualquer momento. Essa é uma das versatilidades desses modelos”, acrescenta o executivo.
No entanto, há um fator que ainda desestimula os agricultores em relação aos veículos elétricos: o alto custo inicial. Países como a China estão fazendo investimentos substanciais em veículos elétricos para uso nas áreas rurais, principalmente para fortalecer a produção agrícola. Na América do Norte, tratores elétricos estão se tornando geradores portáteis durante períodos de incêndios florestais.
“Um dos pontos que precisa ser estudado no Brasil é a produção nacional desses equipamentos. O exemplo da BYD para os carros elétricos é algo que deve ser seguido. Com o investimento nacional os preços tendem a cair, algo que facilita o acesso dos produtores a estes modelos.”
Ricardo David, sócio-diretor da Elev
*Com informações do Sou Agro.
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