O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, na última quarta-feira (20), uma queda de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que agora está em 12,75%. Isso segue uma redução semelhante de 0,5 ponto percentual na reunião anterior, no início de agosto, que marcou a primeira redução desde 2020. Essa decisão confirma a tendência de queda na taxa, com previsões do Boletim Focus indicando que ela deverá encerrar o ano em 11,75%.
Quer receber os conteúdos da TrendsCE no seu smartphone?
Acesse o nosso Whatsapp e dê um oi para a gente
No entanto, especialistas como Simão Silber, professor da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe), apontam que essa redução, embora positiva, ainda não representa uma mudança excepcional nas condições econômicas. “Ainda temos uma taxa de juros extremamente elevada, que é uma das maiores do mundo”, afirma Silber.
Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP, compartilha essa visão e enfatiza que os efeitos práticos dessa redução serão mais perceptíveis a longo prazo, talvez em torno de seis meses, com os resultados mais significativos sendo visíveis no próximo ano.
“Os empreendedores querem que seu negócio cresça no mercado, e isso significa fazer investimentos na empresa. Para isso, eles precisam de crédito. Em muitos casos, as companhias não podem esperar a taxa básica de juros cair para um dígito para começar a tomar crédito.”
Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP
No entanto, ele aconselha os empresários a exercerem cautela ao considerar a necessidade de empréstimos e a avaliarem se suas vendas podem cobrir as operações e o pagamento das dívidas. Caso contrário, pode ser necessário ajustar os preços dos produtos ou serviços oferecidos.
Dietze ainda aponta que a contínua redução da taxa básica de juros pelo Copom pode facilitar a obtenção de crédito e servir como argumento durante as negociações. Ele sugere buscar crédito com taxa de juros pós-fixada, vinculada à Selic, e explorar opções de garantias, como imóveis ou veículos, para melhorar as condições oferecidas pelos bancos.
O Boletim Focus estima que, até o final de 2024, a taxa básica de juros deverá atingir 9%, com uma projeção de 8,50% até 2026. A próxima reunião do Copom para definir a taxa Selic está agendada para os dias 31 de outubro e 1º de novembro deste ano.
*Com informações da Revista PEGN.
Impacto da queda da Selic no mercado financeiro
Copom decide manter Selic em 13,75% pela quarta vez em 2023