Altos executivos de instituições financeiras, empresas e gestores de ativos colaboraram na elaboração de diretrizes que visavam auxiliar as organizações na divulgação dos riscos associados às crises ambientais.
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A ação faz parte de um amplo esforço global para angariar mais recursos que tem como destino a contenção e a reversão da degradação da natureza, que envolve riscos relacionados não apenas ao desmatamento, mas também ao estresse hídrico, à poluição e à perda de biodiversidade.
As recomendações, baseadas em dados científicos, foram desenvolvidas ao longo dos últimos dois anos pelo Grupo de Trabalho sobre Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza (TNFD, na sigla em inglês). Este grupo de trabalho contou com a colaboração de líderes empresariais de renome, incluindo empresas como BlackRock, UBS e HSBC Holdings.
O TNFD tem como objetivo servir como a principal ferramenta para que as empresas avaliem e ajam em relação às suas interdependências e oportunidades associadas à natureza.
David Craig, co-presidente do TNFD e ex-CEO da Refinitiv, destacou que “os riscos associados à natureza estão agora integrados nos fluxos de caixa e nas estratégias de investimento das empresas. Os custos da inação estão aumentando rapidamente”.
De acordo com dados da S&P Global, aproximadamente 85% das maiores empresas do mundo atualmente dependem diretamente da natureza em suas operações. A informação foi agregada ao processo de desenvolvimento do TNFD.
A iniciativa lida desafios, uma vez que, ao contrário do combate às mudanças climáticas, onde o progresso pode ser mensurado por meio de métricas como as emissões de gases de efeito estufa, o risco ambiental abrange ecossistemas terrestres e marinhos, sendo altamente específico quanto a localização e atividade. Isso torna complexa a obtenção de dados consistentes e confiáveis.
O TNFD opera como um sistema voluntário, modelado a partir da antiga Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD). O êxito do TNFD dependerá da rapidez com que for adotado. Uma aceleração desse processo pode ocorrer se os governos pressionarem pela obrigatoriedade das divulgações do TNFD, à semelhança do que alguns países fizeram com a TCFD. O plano inicial é iniciar o monitoramento da adoção voluntária pelo mercado já a partir do próximo ano.
*Com informações Bloomberg Línea.
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