Tendo em perspectiva a produção em escala comercial de hidrogênio verde (H2V), a Eletrobras enxergou uma grande oportunidade no mercado brasileiro de combustíveis sintéticos. “O Brasil pode ser um grande exportador de e-metanol“, afirma Italo Freitas, recentemente nomeado vice-presidente de Comercialização da Eletrobras, durante uma mesa-redonda realizada pela empresa no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (29).
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“Vejo o hidrogênio iniciando pelo consumo interno. Precisamos tanto apoiar a produção do hidrogênio, como também o consumo no Brasil.”
Italo Freitas, vice-presidente de Comercialização da Eletrobras
A Eletrobras estabeleceu uma divisão dedicada aos combustíveis sintéticos, ou e-combustíveis, com foco no uso final do hidrogênio verde. De acordo com Vitor Hugo Ricco, gerente de e-combustíveis da empresa, atualmente, o setor de transporte apresenta uma grande oportunidade de mercado.
“A Eletrobras fornece o hidrogênio verde, captura o CO2 e fazemos o que chamamos de e-combustíveis. Cada cliente vai escolher o que ele quer: o e-metanol, o e-diesel, o SAF (combustível sustentável de aviação).”
Vitor Hugo Ricco, gerente de e-combustíveis da Eletrobras
Na usina de Itumbiara, localizada na fronteira entre Minas Gerais e Goiás, a empresa utiliza energia solar e hidráulica para garantir o funcionamento ininterrupto do eletrolisador, que, em um ano de operação, já produziu 3 milhões de toneladas de hidrogênio verde. A Eletrobras também faz parte do conselho da recém-criada Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde (ABIHV).
Italo Freitas destaca que a matriz de energia renovável da empresa proporciona um diferencial para o mercado. “Temos uma matriz basicamente renovável. O eletrolisador para produzir o hidrogênio verde competitivo precisa funcionar 24 horas sem parar. E hoje são poucos os países que conseguem atingir isso. E um dos países é o Brasil, pela condição das hidrelétricas que é uma energia despachável e firme”, afirma.
No entanto, o vice-presidente de Comercialização ressaltou a importância de manter a matriz energética limpa, evitando a entrada de novas usinas termelétricas que poderiam poluir o sistema. Segundo ele, países fortemente dependentes de usinas termelétricas enfrentarão desafios na produção de hidrogênio competitivo.
Porque as instalações de produção de hidrogênio verde conectadas à rede elétrica, com uma matriz renovável de 90%, serão mais economicamente competitivas, uma vez que não exigem parques de energia renovável dedicados ou sistemas de baterias de grande porte, que encarecem os projetos.
*Com informações da Agência epbr.
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