O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) projeta um recorde de superávit comercial (diferença entre exportações e importações) em 2023, devido ao leve aumento das exportações e à diminuição do valor das importações de produtos cujos preços têm se enfraquecido nos últimos meses. A terceira estimativa do ano projeta um superávit de US$ 93 bilhões, em comparação com a projeção anterior de US$ 84,7 bilhões.
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Essa projeção é atualizada trimestralmente e, se confirmada, representará um superávit 51,2% maior do que o resultado positivo de US$ 61,525 bilhões registrado em 2022, que até então era o melhor da história.
A expectativa é que o saldo comercial cresça devido a uma queda nas importações maior que nas exportações, em comparação com os resultados de 2022. O governo prevê exportações no valor de US$ 334,2 bilhões em 2023, um aumento de 0,02% em relação aos US$ 334,1 bilhões exportados no ano passado. Por outro lado, as importações devem totalizar US$ 241,1 bilhões, representando uma queda de 11,5% em relação aos US$ 272,6 bilhões importados em 2022.
Comparando com a projeção anterior, divulgada em julho, as exportações aumentaram US$ 4,2 bilhões, enquanto a previsão para as importações diminuiu US$ 4,1 bilhões. O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, atribuiu essa revisão positiva do superávit comercial ao desempenho sólido das exportações, mesmo com a queda nos preços de algumas commodities.
“Desde a primeira revisão, já observávamos que seria um saldo robusto, recorde. Volumes crescentes (na exportação) fizeram com que resultado ficasse acima do esperado.”
Herlon Brandão, subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do MDIC
No que diz respeito às importações, o secretário explicou que a queda tem como principal causa a redução na compra de bens intermediários. As importações de bens de capital (máquinas e equipamentos utilizados na produção) cresceram 9,9% no acumulado do ano, enquanto as compras de bens de consumo do exterior aumentaram 17,2%.
De acordo com o MDIC, dois fatores contribuem para o recorde alcançado em 2023: a queda nos preços de commodities energéticas, como o petróleo, e de produtos como fertilizantes, após um pico no início da guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como a desaceleração da economia, que deve reduzir as importações devido à diminuição do consumo.
A guerra entre Rússia e Ucrânia impactou as importações nos últimos meses, com preços internacionais de adubos, fertilizantes e combustíveis caindo em setembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Além disso, o preço médio do trigo, um produto que o Brasil importa em grande quantidade, também registrou uma queda de 36,1%.
*Com informações da Agência Brasil.
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