A implantação de uma unidade do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em Fortaleza, no Ceará, é vista como um catalisador para o avanço tecnológico em toda a região Nordeste, além representar uma medida para equilibrar o desenvolvimento do país, segundo Suzeley Kalil, pesquisadora e professora da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas.
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“A instalação do ITA traz a promessa de desenvolvimento realizada pela implantação do instituto na cidade de São José dos Campos (SP), que passou a ser atrativa para empresas de alta tecnologia. Porém, se olharmos para outros centros de ensino, verificamos que não o ITA em si, mas a presença de centros de pesquisa de alta complexidade é que traz o desenvolvimento. Assim, penso que a instalação de qualquer centro de pesquisa no Nordeste é de grande importância, não apenas para o desenvolvimento regional, mas também para promover maior equilíbrio no desenvolvimento do país.”
Suzeley Kalil, pesquisadora e professora da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A especilsita observou que o modelo educacional adotado pelo ITA, que oferece formação para engenheiros tanto militares quanto civis, é altamente avançado, mas raro ao redor do mundo.
“O ITA traz em si uma visão de desenvolvimento muito particular, que visa a autonomia do país e que tem no estado seu grande pilar. Tal visão é o reverso da concepção liberal que é majoritária no Brasil. Os anos que separam a inauguração do ITA sudestino para o nordestino estão basicamente relacionados com uma visão vira lata de país – a função do Brasil no mundo é produzir commodities – e preconceituosa de seu povo – o brasileiro é preguiçoso e indolente”, afirma a especialista.
Kalil destaca que o ITA não deve ser considerado apenas uma instituição militar, mas sim um centro de pesquisa exemplar para todo o país. Propondo que a educação militar deveria se espelhar no modelo do ITA, também incluindo escolas voltadas para a formação de cidadãos e academias de treinamento militar de meio período. Isso, segundo ela, ajudaria a integrar as Forças Armadas à sociedade, em contraposição à separação que existe atualmente.
*Com informações da Agência Brasil.
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