A Vale divulgou ao mercado, na última terça-feira (17), a criação de uma nova empresa, denominada Agera, com o propósito de comercializar e distribuir areia obtida a partir dos resíduos de minério de ferro. Essa iniciativa tem como objetivo reduzir a disposição desses materiais em barragens ou pilhas.
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A Agera estima que irá comercializar cerca de 1 milhão de toneladas de areia ainda neste ano, o que resultaria em uma receita de vendas de aproximadamente R$ 18 milhões. Embora esse volume seja relativamente pequeno em comparação com os cerca de 47 milhões de toneladas de resíduos gerados pela Vale em 2022, a empresa tem a expectativa de aumentar significativamente sua produção nos próximos anos com a implementação dessa nova companhia.
Os rejeitos da Vale são produzidos por meio do processamento úmido do minério de ferro, um método que representa atualmente menos de 30% da produção da empresa. Esses resíduos consistem principalmente de sílica, o componente principal da areia, juntamente com óxidos de ferro. Aproximadamente de 70% a 80% desse material é composto por partículas arenosas.
Localizada em Nova Lima, Minas Gerais, a Agera é responsável por receber a areia resultante do tratamento dos resíduos e promover sua comercialização e distribuição. A Vale já começou a comercializar a areia em 2021, contribuindo para a redução do depósito de resíduos em suas barragens.
Até o momento, aproximadamente 900 mil toneladas desse novo produto foram direcionadas para o setor de construção civil e projetos de pavimentação rodoviária. As projeções indicam a comercialização de 2,1 milhões de toneladas em 2024, gerando uma receita estimada de 63 milhões de reais, além de aproximadamente 3 milhões de toneladas em 2025, de acordo com o CEO da Agera, Fabio Cerqueira.
A produção dessa areia sustentável atualmente ocorre na mina de Brucutu, localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo, Minas Gerais, que contribuiu com um total de 3,6 milhões de toneladas de resíduos gerados pela mineradora em 2022. A empresa também iniciou, ainda no ano passado, uma produção em pequena escala na mina de Viga, em Congonhas, e nos próximos meses planeja expandir a produção na mina de Cauê, em Itabira, de acordo com informações de executivos.
*Com informações do Brasil mineral.
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