O Ceará entregou, para a empresa australiana Fortescue, a primeira licença prévia para o hub de hidrogênio verde no Porto do Pecém, na última sexta-feira (10). O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) aprovou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pela multinacional para a planta de 2.100 MW que será instalada no porto-indústria.
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A entrega do documento é um movimento importante para o avanço do projeto, permitindo que a empresa prossiga com a solicitação das licenças de instalação (LI) e de operação (LO). Com foco na demanda internacional por energia e produtos descarbonizados, Ceará e Pecém buscam atrair investimentos na produção de hidrogênio e amônia verde na região.
O hub já possui 34 memorandos de entendimento com empresas nacionais e internacionais, além de quatro pré-contratos assinados. O governo estadual estima que os investimentos possam ultrapassar os R$ 145 bilhões. O projeto da Fortescue, sozinho, já é estimado em R$ 24,5 bilhões.
Além disso, na mesma data, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, assinou um projeto de lei que permite a renovação da cessão do uso dos terrenos do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) destinados à implantação do projeto da Fortescue, ampliando para 40 anos, com possibilidade de renovação por igual período.
“Nós temos trabalhado, há um bom tempo, para garantirmos que o Ceará se transforme em um polo mundial de produção de hidrogênio verde. E hoje, nós apresentamos o esforço do Estado para que esses projetos possam se concretizar”, destaca o governador.
O Brasil possui uma das matrizes elétricas mais renováveis do planeta e está em posição de produzir e fornecer hidrogênio através da eletrólise (verde) a um custo competitivo em relação ao petróleo e gás natural, de acordo com Andrew Forrest, presidente global da Fortescue.
O executivo da empresa australiana se encontrou em Brasília (DF) na última quinta-feira (9) com o presidente Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Forrest destacou a expectativa de competir imediatamente com o petróleo e o gás, considerando a importância do custo de vida. Ele ressaltou a história da indústria de óleo e gás, que começou há cerca de 200 anos e recebeu bilhões de dólares em subsídios. Comparando, ele mencionou que o barril de petróleo custa agora menos de US$ 100, mas começou em US$ 1.600.
Ainda assim, Forrest observa que o caso do hidrogênio é diferente, pois a eletricidade representa a maior parte dos custos de produção do H2. Com oferta de energia solar e eólica a preços baixos, o Brasil está em condições de competir com a indústria fóssil desde o início.
*Com informações da Agência epbr.
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