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Meta de déficit zero em 2024 do governo se distancia com desoneração da folha

governo e déficit zero

A decisão do Congresso Nacional em prorrogar a desoneração da folha de salários para 17 setores econômicos, após derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei (PL 334/2023), deve complicar os esforços do governo federal para atingir a meta de zerar o déficit fiscal em 2024.


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De acordo com estimativas do Ministério da Fazenda, essa medida não incluída nos orçamentos em tramitação no Legislativo resultará em uma perda de receitas de aproximadamente R$ 9,4 bilhões ao ano, exigindo medidas compensatórias na arrecadação ou nas despesas.

O benefício existente substitui a contribuição das empresas à Seguridade Social por uma contribuição sobre a receita bruta, com alíquotas variando de 1% a 4,5%. O projeto também aumenta em 1 ponto percentual a alíquota da Cofins na importação de certos bens.

Além do incentivo setorial, a proposta restabelecida pelos parlamentares reduz a contribuição previdenciária para municípios com menos de 156 mil habitantes, o que adicionará cerca de R$ 10 bilhões às perdas de arrecadação.

Consciente dos impactos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, planeja judicializar a matéria, considerando-a inconstitucional. Esperava-se que o governo emitisse uma medida provisória como alternativa, mais focada e com impactos reduzidos, vinculada à geração de empregos.

Impacto nas projeções do governo

Economistas da Guide Investimentos calculam que o impacto total do projeto pode chegar a R$ 25 bilhões, mais da metade do esperado com a medida provisória que altera a tributação de incentivos fiscais estaduais (MPV 1185/2023).

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, estima um impacto total de cerca de R$ 19 bilhões, elevando a projeção do resultado primário de 0,73% do PIB para 0,95%, abaixo da meta fiscal prevista no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).

Essa disparidade pode levar o governo a contingenciamentos, conforme o PLDO atual, limitados a um teto reduzido de R$ 22,3 bilhões, aumentando a pressão por uma mudança na meta fiscal, o que poderia afastar o governo dos gatilhos no novo marco fiscal, especialmente em um ano eleitoral.

*Com informações do InfoMoney.

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