Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Amapá e Embrapa Roraima concluíram que atribuir um valor tangível à proteção das florestas, remunerando os trabalhadores por práticas conservacionistas, incentiva um manejo florestal sustentável e a conservação responsável. O pagamento pelos serviços ambientais prestados pelos guardiões da Amazônia, especialmente as comunidades agroextrativistas da castanha-da-amazônia, pode ser uma alternativa eficaz para elevar o desenvolvimento sustentável e enfrentar os desafios das mudanças climáticas e do desmatamento.
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A compensação pode ser implementada por meio de políticas públicas ou iniciativas privadas que considerem aspectos ambientais, ecológicos e socioeconômicos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, o Brasil produziu 38,2 mil toneladas de castanha, com um valor de produção de R$ 170 milhões. Além disso, o país exporta a castanha, registrando embarques de 8 a 10 toneladas por ano nos últimos três anos, com valores chegando a até US$ 40 milhões.
Alternativa: castanheiras na Amazônia
Os cientistas analisaram os mecanismos de pagamentos por serviços ambientais (PSA) e pagamento por redução de emissões provenientes de desmatamento e degradação florestal (REDD+) na Amazônia, destacando seu potencial para agregar valor às florestas com castanheiras, oferecendo benefícios como armazenamento de carbono e cumprimento de metas em acordos internacionais. Outros mecanismos, como créditos de biodiversidade, podem reconhecer o custo de oportunidade da manutenção dessas florestas, fortalecendo a economia florestal.
O pesquisador Marcelino Guedes destaca a importância de reconhecer o potencial de mercados para produtos tradicionais no reflorestamento, enfatizando que as áreas com castanheiras representam florestas de alto valor para a bioeconomia e a estabilidade ecológica. “Portanto, é fundamental reconhecer a importância do agroextrativismo e dos serviços ambientais prestados pelas famílias que dependem da castanha para a conservação dessa inestimável floresta”, ressalta Guedes.
A castanheira, presente em cerca de 32% do bioma amazônico, contribui não apenas ecologicamente, mas também para processos socioeconômicos e culturais. O estudo demonstrou que, embora representem apenas 3% dos indivíduos, as castanheiras contribuem com 40% da biomassa viva acima do solo na região, armazenando carbono por séculos. Além de seu valor ecológico, a castanheira é fundamental para a sustentabilidade das comunidades dependentes da castanha.
*Com informações da Forbes.
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