desaceleração econômica

Este ano foi de fracasso nas previsões, mas o que mais explica os erros é a resiliência da atividade econômica. (Foto: Freepik)

Analistas apontam desaceleração econômica em 2024

Por: Boletins Trends | Em:
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Estimativas atuais indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 deverá crescer 3%, superando as previsões iniciais de cerca de 1%, após revisões constantes ao longo do ano devido a surpresas favoráveis na atividade econômica. Apesar desse avanço, especialistas apontam uma desaceleração em curso, prevendo um crescimento menor do indicador em 2024.


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Analistas, em entrevista ao Correio Braziliense, apontam que as projeções para o PIB em 2024, variam entre 1,3% e 2%. Embora o Brasil deva manter um crescimento alinhado com a média global este ano, as estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) sugerem que a taxa de crescimento em 2024, estimada em 1,5%, ficará abaixo da média mundial e de outros países da região.

Além disso, os profissionais apontam que os estímulos fiscais do governo, incluindo um aporte de cerca de R$ 200 bilhões na economia através da PEC da Transição, explicam parte das discrepâncias nas previsões econômicas. A safra agrícola recorde também contribuiu para a expansão de 1% nos dois primeiros trimestres deste ano. No entanto, para 2024, as restrições fiscais serão mais acentuadas, e o setor agrícola, que teve um crescimento de dois dígitos neste ano, não deverá ter o mesmo impacto.

Analistas ressaltam que, apesar do desempenho positivo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à frente da equipe econômica, as sinalizações e aprovações de gastos adicionais pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e parlamentares, sem a indicação de receitas recorrentes, representam um desafio fiscal para o governo no próximo ano.

Economistas destacam que o PIB do terceiro trimestre de 2023 não foi negativo devido a ajustes feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a variação de apenas 0,1% na margem em relação ao trimestre anterior não é motivo de comemoração.

Outra certeza entre os analistas é que o PIB do quarto trimestre de 2023 será negativo, confirmando a tendência de desaceleração em curso. “Em 2024, o PIB deverá iniciar o ano em queda, pois o clima desfavorável prejudicou o plantio da próxima safra, resultando em uma atividade mais fraca“, destaca a economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). Ela prevê um avanço de 2,9% no PIB deste ano e, para 2024, sua estimativa é uma das mais conservadoras, de 1,4%.

Marco Caruso, economista-chefe do PicPay, destaca que neste ano, o lado externo também contribuiu para o PIB de 2023, especialmente com as exportações, possibilitando que a balança comercial registre superávit recorde de US$ 90 bilhões. No entanto, ele observa que os investimentos, como os gastos com máquinas e equipamentos, essenciais para o crescimento sustentado a longo prazo, não crescem, sendo uma preocupação que até a construção civil mostra sinais de desaceleração.

Para Caruso, como a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 11,75% ao ano, deverá permanecer em patamares acima da taxa neutra e a política monetária seguirá contracionista. Segundo Caruso, o este ano foi de fracasso nas previsões, mas o que mais explica os erros é a resiliência da atividade econômica. “O mercado passou o tempo inteiro achando que o ajuste monetário sincronizado levaria o mundo para baixo, mas não foi o que aconteceu”, afirma.

*Com informações do Correio Braziliense.

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