A Agência Internacional de Energia (IEA) reduziu suas projeções para o mercado global de hidrogênio verde, proveniente da eletrólise com energias renováveis. O relatório publicado na última quinta-feira (11) indica que a capacidade renovável destinada à produção de hidrogênio e seus derivados deve crescer em 45 gigawatts (GW) entre 2023 e 2028, representando aproximadamente 7% do total de empreendimentos anunciados para esse período.
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A IEA ajustou para baixo suas previsões para todas as regiões, com exceção da China, que ao lado de Arábia Saudita e Estados Unidos, lidera a capacidade destinada à produção do gás de baixo carbono, representando mais de 75% dessa capacidade até 2028. A previsão para este ano é 35% menor em comparação com 2022, principalmente devido ao lento processo de decisão dos projetos.
A maior revisão para baixo ocorreu na América Latina, que diminuiu de cerca de 6 GW até 2028 para quase zero, devido a atrasos nos projetos no Chile e Brasil. Globalmente, o Banco de Dados de Projetos de Hidrogênio da IEA identificou mais de 360 GW de eletrolisadores planejados para operar antes de 2030, mas apenas 3% (12 GW) haviam alcançado o fechamento financeiro ou iniciado a construção até o momento do relatório.
O desenvolvimento global de projetos foi afetado por atrasos no envio de eletrolisadores, devido a demoras nas encomendas de fábricas e falhas em equipamentos. Projetos planejados não tiveram atualizações ou foram cancelados, como destacado no relatório Renováveis 2022. Além da América Latina, a previsão é menos otimista para a Ásia-Pacífico, especialmente devido à incerteza na Austrália sobre projetos paralisados.
A IEA alerta que a expansão da capacidade de energia renovável para a produção de hidrogênio precisa acelerar para cumprir as metas de 2030, pois o crescimento nos principais cenários é considerado insuficiente em quase todos os mercados.
Além disso, faltam compradores e a inflação está afetando os custos de produção. O hidrogênio verde ou de baixo carbono é visto como uma solução para ajudar a indústria intensiva a descarbonizar seus produtos e também como um insumo crucial para a produção de combustíveis destinados a aviões e navios durante a transição energética.
Até 2050, estima-se que o transporte marítimo necessitará de 50 milhões de toneladas de hidrogênio verde anualmente para o fornecimento de amônia e metanol como combustíveis. No entanto, o alto custo representa um desafio significativo para competir com os combustíveis fósseis, que já são utilizados na produção de fertilizantes e refino.
O relatório destaca a necessidade de políticas de incentivo, enfatizando que tais medidas devem direcionar uma atenção maior aos consumidores. Segundo a IEA, o apoio governamental ainda é crucial para tornar o hidrogênio renovável e seus derivados atrativos para os usuários finais. No entanto, o relatório observa que grande parte do apoio político existente está focada em fornecer suporte aos desenvolvedores de hidrogênio, em vez de atender às necessidades dos consumidores.
*Com informações do portal epbr.
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