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Nos últimos cinco anos, explica o dirigente do Sinduscon-CE, o mercado imobiliário em Fortaleza mostrou resiliência e crescimento constante. (Foto: Envato Elements)

Mercado imobiliário está otimista com vendas em 2024 e aposta na sustentabilidade

Por: Pádua Martins | Em:
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O mercado imobiliário cearense está em “uma fase dinâmica e promissora” e as perspectivas para 2024 são bem otimistas, tendo Fortaleza se destacado como líder nos lançamentos de imóveis entre as capitais do Nordeste, representando 24,56% do total. O resultado reflete a vitalidade do setor na região, que gera empregos, renda e contribui para o desenvolvimento regional. O mercado, inclusive, está cada vez mais voltado para a sustentabilidade, que norteia as decisões imobiliárias e os investimentos.


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Em 2023, Fortaleza e Região Metropolitana alcançaram Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 4,7 bilhões, “um patamar histórico que reflete a solidez do mercado e o interesse crescente de investidores e consumidores”. A informação é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias de Sousa Teixeira Silva, tendo como base números levantados pela Comissão de Pesquisa (CPES) da entidade classista. O levantamento foi realizado em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.

No ano passado, de acordo com a pesquisa, foi registrado crescimento expressivo no número de lançamentos, que apresentou um aumento de 3% em comparação a 2022, com 98 empreendimentos lançados em 2023, totalizando 7.610 unidades. Dentre eles, 4.725 unidades pertencem ao padrão econômico, atendendo a uma demanda crescente por habitação de interesse social. Já o número de vendas registrou um crescimento de 18% em 2023, com 12.096 unidades comercializadas, sendo 8.050 em Fortaleza e 4.046 na Região Metropolitana.

Além de apresentar e detalhar os resultados obtidos em 2023, o levantamento da CPES/Brain inteligência Estratégica, divulgado pelo Sinduscon-CE na noite da última segunda-feira (29), faz projeções que moldarão o cenário do setor ao longo de 2024. Essas perspectivas proporcionarão uma visão privilegiada, guiando estratégias e decisões no setor imobiliário. Patriolino Dias de Sousa garante, com base nas informações, que as perspectivas para 2024 no setor imobiliário em Fortaleza são positivas.

O crescimento será impulsionado por fatores – estima Presidente do Sinduscon-CE – como, por exemplo, a retomada da economia brasileira, que deve se consolidar em 2024, e os investimentos públicos, que devem continuar a crescer em setores como infraestrutura e também o de habitação, através do programa Minha Casa, Minha Vida, que traz a menor taxa de juros da história (a partir de TR + 4% a.a). O setor deve continuar a gerar empregos, com a criação de cerca de 10 mil novos postos de trabalho nos próximos três anos.

“Observamos uma tendência crescente para empreendimentos de padrão econômico do programa Minha Casa, Minha Vida, representando 13 dos 26 lançamentos no terceiro trimestre de 2023. Essa preferência reflete a busca por opções acessíveis e bem alinhadas com as necessidades da população. Além disso, o mercado de alto padrão continua forte no Ceará, atendendo à demanda por residências mais sofisticadas.”

Patriolino Dias, presidente do Sinduscon-CE

Nos últimos cinco anos, explica o dirigente do Sinduscon cearense, o mercado imobiliário em Fortaleza mostrou resiliência e crescimento constante. A pandemia impactou significativamente, retardando os lançamentos e reduzindo os estoques de imóveis prontos, especialmente devido aos cinco meses de lockdown. No pós-pandemia, o segmento de imóveis de alto padrão, localizados em condomínios fechados, experimentou um notável crescimento, impulsionado por pessoas que, após o lockdown, direcionaram seus investimentos, anteriormente aplicados a 2% no CDI de 2020, para a aquisição desses empreendimentos.

Ele ressalta que outro setor em alta é o de segunda moradia, visto como um refúgio para descompressão. As localidades mais procuradas incluem Aquiraz (Porto das Dunas), Fortim, Flexeiras e Guajiru (Trairi). Além disso, o segmento voltado para a classe econômica, anteriormente chamado de programa Casa Verde e Amarela e agora novamente de Minha Casa, Minha Vida, mostra crescimento notável nos últimos cinco anos, especialmente devido ao elevado déficit habitacional na base da pirâmide. “Atualmente, as novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida, com taxas de juros alinhadas aos padrões internacionais, são percebidas como benéficas para o setor imobiliário” – frisa.

Patriolino Dias, presidente do Sinduscon-CE. (Foto: Divulgação)

Para o presidente da Comissão de Pesquisas do Sinduscon-CE, Sérgio Macedo, a expectativa é que o mercado da construção civil continue crescendo. “A oferta de mais linhas de financiamento pelos bancos e a criação de novos postos de trabalho são fatores que irão impulsionar o setor. Com mais empregos e estabilidade econômica, o consumidor fica mais confiante para assumir compromissos de médio e longo prazo, no caso do financiamento de imóveis” – informa.

Sustentabilidade é referência para “decisões imobiliárias”

A sustentabilidade está cada vez mais presente no mercado imobiliário em Fortaleza – informa Patriolino Dias, que cita, como exemplo, empreendimentos que incorporam práticas sustentáveis, como eficiência energética e a criação de espaços verdes. O design arquitetônico sustentável é uma prioridade, com foco na maximização da iluminação natural, ventilação eficiente e otimização do uso de recursos para minimizar o impacto ambiental.

Já instalação de tecnologias de energia renovável, como painéis solares, está se tornando mais comum, permitindo a geração de energia limpa e a redução das emissões de carbono. “A conscientização ambiental tem impulsionado a preferência dos consumidores, que procuram empreendimento comprometido com a responsabilidade ambiental” – entende.

“No mercado imobiliário residencial, a tendência é a busca por habitações mais acessíveis e sustentáveis, além dos empreendimentos de alto padrão que são sempre muito bem aceitos pelo mercado local. O mercado comercial mostra uma crescente demanda por espaços inovadores e flexíveis, adequados às novas formas de trabalho. A adaptabilidade dos empreendimentos às necessidades contemporâneas se destaca como uma característica importante em ambos os setores.”

Patriolino Dias, presidente do Sinduscon-CE

Setor participa com 3,2% do PIB nacional

O setor da construção no Brasil, grande gerador de empregos, renda, arrecadação de impostos, segurança e qualidade de vida para a população, representa 131 mil empresas, conforme levantamento de 2023; 2,6 milhões de trabalhadores; 3,2% de participação do PIB (2023); 42,6% de participação no investimento, e R$ 377,8 bilhões no valor das incorporações, obras e/ou serviços de construção (2021), segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que comemora este ano seus 67 anos de criação.

A CBIC projeta um aquecimento nas obras e construções no primeiro semestre de 2024, impulsionado pelas obras de prefeituras. Na análise da instituição, com a chegada das eleições municipais, a tendência é que os empreendimentos públicos aumentem. “Até junho, as prefeituras estarão inaugurando novas obras. Elas querem mostrar serviço. Deve ter um primeiro semestre ativo de obras públicas, as municipais em especial”, acredita o presidente da CBICRenato Correia.

Segundo a CBIC, um conjunto de fatores podem alavancar o setor em 2024. Entre eles, a queda na taxa básica de juros que estimula mais investimentos, o início da produção de unidades da faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, e o incremento de 50% nos saldos das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O setor da construção civil deve apresentar um crescimento de 1,2% em 2023 e a expectativa básica para 2024 é de 2,9%. A estimativa foi apresentada pelo Sinduscon-SP, durante coletiva de imprensa realizada em dezembro de 2023. Com a recente revisão, o IBGE divulgou os novos números para o crescimento do PIB da construção civil, que ficou em 12,62% em 2021 e 6,85% em 2022.

ABECIP constata elevação do crédito imobiliário

Boletim informativo da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP), publicado no último dia 24, mostra que dezembro de 2023 foi um mês favorável para o crédito imobiliário: os financiamentos com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 15,5 bilhões, indicando alta de 31,8% em relação a novembro. Na comparação com dezembro de 2022, houve crescimento de 11%.

No ano passado, o volume financiado somou R$ 153 bilhões. Houve, a rigor, redução de 14,6% no volume financiado em relação a 2022, mas foi o terceiro melhor resultado histórico. Além disso, prevê-se recuperação ao longo de 2024, na medida do ritmo da queda do juro básico, da manutenção da tendência de crescimento do emprego e da renda dos trabalhadores e, portanto, da ampliação do número potencial de mutuários.

Foram financiados em dezembro de 2023, nas modalidades de aquisição e construção, 48,4 mil imóveis. Comparado ao mercado imobiliário de novembro de 2023, houve aumento de 38,9%. Em relação a dezembro de 2022, foi registrado leve recuo de 1,9%. Em 2023, foram financiados 499,7 mil imóveis com recursos da poupança SBPE, resultado 29,9% inferior a 2022.

Índice FipeZAP encerra ano com valorização de 5,13%

Em 2023, o Índice FipeZAP aponta para uma valorização do mercado imobiliário acumulada de 5,13%, superando nesse horizonte temporal o comportamento do IGP-M/FGV (-3,18%), bem como prévia da inflação ao consumidor. Diferentemente do que se observou em dezembro, a valorização imobiliária mais acentuada em 2023 se deu entre imóveis residenciais com um dormitório (+5,52%), contrastando com a alta relativamente menor entre unidades com quatro ou mais dormitórios (+4,82%).

Índice FipeZAP é o primeiro índice de preço com abrangência nacional que acompanha os preços do mercado imobiliário de imóveis residenciais e comerciais. O índice é calculado pela Fipe com base em informações anúncios de imóveis para venda e locação veiculados nos portais ZAP (VivaReal e Zap Imóveis).

Individualmente, todas as 50 cidades monitoradas registraram aumentos nos preços: Maceió (+16,00%); Goiânia (+14,84%); Campo Grande (+12,61%); Florianópolis (+12,28%); Manaus (+10,91%); João Pessoa (+9,82%); Belo Horizonte (+8,77%); Curitiba (+6,40%); Salvador (+5,77%); Fortaleza (+5,37%); Recife (+5,21%); São Paulo (+4,69%); Brasília (+2,24%); Porto Alegre (+2,20%); Vitória (+1,82%); e Rio de Janeiro (+1,42%).

Considerando o rol completo das cidades monitoradas pelo Índice FipeZAP, incluindo não-capitais, as maiores altas do mercado imobiliário abrangeram também: São José (SC), com +19,63%; Itapema (SC), com +19,52%; Itajaí (SC), com +13,35%; Vila Velha (ES), com +12,34%; São José dos Pinhais (PR), com +11,75%; Contagem (MG), com +11,02%; Joinville (SC), com +10,96%; Balneário Camboriú (SC), com +10,82%; Praia Grande (SP), com +10,80%; e Blumenau (SC), com +10,63%

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