Segundo levantamento da Wood Mackenzie, apenas 2% dos projetos globais de hidrogênio de baixo carbono estão atualmente em construção ou operação. De acordo com a análise, a consultoria identificou empreendimentos anunciados com uma capacidade total de 120,5 milhões de toneladas de hidrogênio por ano (Mtpa). No entanto, apenas 1,76 Mtpa estão em fase de construção, enquanto 1,05 Mtpa já estão em operação.
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Mais da metade dos projetos anunciados estão em estágio especulativo, com uma probabilidade de realização de apenas 30%.
O hidrogênio verde, produzido por meio de eletrólise, é a rota preferida para 81% dos projetos, enquanto o hidrogênio azul, gerado a partir da reforma do gás natural com captura de carbono, representa 17,1% do total. Além disso, existem projetos utilizando outras tecnologias, como gaseificação (1,3%) e pirólise do metano (0,4%).
Segundo o levantamento, a maioria dos projetos, cerca de 44%, tem como objetivo a exportação, mas a demanda dos países importadores ainda é incerta.
A concentração da capacidade em alguns gigaprojetos, com pelo menos 1 GW de capacidade cada, aumenta os riscos, segundo Murray Douglas, vice-presidente de Pesquisa de Hidrogênio e Amônia da consultoria. Ele ressalta que muitos desses projetos podem enfrentar obstáculos significativos de desenvolvimento devido a fatores como condições macroeconômicas desfavoráveis, incerteza política, inflação e demanda lenta.
Apesar dos avanços regulatórios em vários países, incluindo EUA, Índia, Austrália, Dinamarca e Reino Unido, o Brasil ainda está discutindo incentivos ao hidrogênio, e espera-se que o tema retorne ao debate com a reabertura do Congresso.
Além da segurança jurídica, o setor de hidrogênio aguarda a inclusão de subsídios e benefícios tributários para evitar que os projetos planejados migrem para países com condições mais favoráveis.
No Brasil, o único projeto de hidrogênio verde atualmente em construção é o da Unigel, na Bahia, com a Petrobras considerando a entrada nesse mercado. O investimento inicial previsto é de US$ 120 milhões, com estimativa de investimentos totais na planta de US$ 1,5 bilhão até 2027.
Outros projetos, como Atlas Agro em Minas Gerais, Green Energy Park no Piauí e iniciativas de empresas como Fortescue, AES, Cactus e Casa dos Ventos no Ceará, avançaram além do estágio de memorando de entendimento, mas ainda aguardam uma decisão final de investimento.
*Com informações do portal epbr.
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