Analistas indicam que a transição para energias de baixo carbono já está afetando a demanda por petróleo, especialmente no setor de transporte, mas os preços ainda não refletem totalmente essa mudança devido aos esforços da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para limitar a oferta e às incertezas geopolíticas decorrentes dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. A expectativa é de uma queda nos preços a partir do final deste ano. A consulta foi realizada pela epbr.
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Nesse cenário, o banco Citi prevê uma desaceleração na demanda global de petróleo para este ano, com um aumento estimado de 1,3 milhão de barris por dia (bpd), abaixo do crescimento de 1,9 milhão de bpd registrado em 2023. Para 2025, a projeção é ainda menor, entre 700 mil e 1 milhão de bpd.
De acordo com o estrategista de commodities do Citi, Eric Lee, o mercado de petróleo será afetado principalmente pelo aumento do uso de veículos elétricos, biodiesel, diesel renovável e combustíveis sustentáveis de aviação (SAF). Isso sugere que a demanda não conseguirá acompanhar o aumento no suprimento global.
Apesar das mudanças estruturais no mercado, a hEDGEpoint prevê um viés de alta nos preços dos derivados de petróleo nos próximos meses, devido aos baixos estoques e às interrupções nas refinarias dos Estados Unidos no início deste ano. Além disso, as quedas na atividade de refino nos Estados Unidos, causadas pelas baixas temperaturas de janeiro, resultaram em uma menor produção de gasolina, contribuindo para a diminuição dos estoques esperados para essa época do ano.
A combinação de baixos estoques com um possível aumento na demanda tende a impulsionar os preços, especialmente durante a “driving season” no verão, quando há um aumento nas viagens. Além disso, a expectativa de uma possível queda nos juros nos EUA no segundo semestre pode estimular ainda mais a demanda por gasolina.
O cenário é semelhante para o diesel, com baixos estoques não apenas nos Estados Unidos, mas também na Europa, onde a invasão à Ucrânia e as sanções à Rússia têm levado a um aumento no uso de derivados de diesel como substitutos do gás natural.
*Com informações do portal epbr.
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