pessoas fazendo compras em loja de varejo

Para especialista, é importante que a organização setorial do varejo seja a mais barata em termo de finanças. (Foto: Envato Elements)

Tendência do varejo é ser cada vez mais tecnológico

Por: Pádua Martins | Em:
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“As novas tecnologias são inevitáveis de serem usadas no varejo” e “o primeiro desafio, principalmente para as pequenas empresas, é vencer a barreira do medo, é deixar de ter medo de investir na transformação digital do seu negócio” são afirmações, respectivamente, de José Cid Sousa Alves do Nascimento, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas Fortaleza), e de Sílvio Moreira, articulador da Unidade de Competitividade dos Negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE).


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Os pontos de vista traduzem perfeitamente uma realidade que está transformando o segmento do varejo e resumem o que foi amplamente debatido por ocasião da NRF Retail’s Big Show, realizada de 14 a 16 de janeiro, nos Estados Unidos. O evento, que é um dos mais importantes do mundo, reúne empreendedores de diversos segmentos de atuação e de diferentes lugares. O objetivo: discutir tendências de consumo, tecnologia, logística, gestão, inovação e promover o networking entre os participantes.

Durante três dias, a conferência, realizada em Nova Iorque, contou com a participação de 6,2 mil marcas de todo o mundo e nada mais, nada menos que 16,1 mil profissionais de e-commerce e varejo. De acordo com a Yampi, plataforma de e-commerce, “manter-se em constante atualização com as últimas tecnologias e tendências do e-commerce e do varejo é o grande desafio para quem quer garantir um negócio competitivo em um mercado dinâmico e acirrado”. O evento debateu e analisou as tendências emergentes do setor em 2024 e para os próximos anos.

Tendências da NRF para varejo e-commerce

A Yampi publicou os “Insights da NRF 2024”, onde pontuou as cinco principais tendências da NRF para o e-commerce:

• Retail Media – O posicionamento estratégico em anúncios continua sendo uma das grandes apostas para o e-commerce. Retail media é uma estratégia de marketing digital que permite aos lojistas colocar seus anúncios em espaços varejistas, o que inclui desde plataformas online até unidades físicas. A principal diferença entre retail media e os ads convencionais é que os dados utilizados para fazer a segmentação de público e de ofertas são fornecidos diretamente pelo varejista, ao contrário das plataformas de publicidade, como o Google Ads ou o Facebook Ads.

• Inteligência Artificial – A tecnologia do momento que promete revolucionar diversos aspectos do e-commerce. Na NRF, não eram raros os estandes e espaços com robôs, que executavam diversas funções e apareciam em diferentes formatos, desde um humanoide de dois metros de altura, até um cachorro capaz de realizar pinturas. Mas a inteligência artificial para o e-commerce não precisa ser tão avançada para mudar os formatos de negócios. A principal tendência é que a inteligência artificial apareça cada vez mais como um apoio para o e-commerce, melhorando a experiência de compra do cliente, otimizando estoque e simplificando processos.

• ReCommerce 2.0 – Uma das áreas que vai se beneficiar do uso de inteligência artificial. Esta tendência, que consiste na revenda de produtos usados na internet, pode encontrar na IA uma forte aliada para crescer. Este movimento, cada vez mais alinhado com a economia circular, tende a encontrar espaço e oportunidade no e-commerce, apoiada na logística.

• TikTok Economy – Não é surpresa que o TikTok vem se consolidando como uma das principais redes sociais do momento: com mais de 1,5 bilhão de usuários na plataforma, é inegável a força desse canal para o cenário online: em janeiro de 2024, o aplicativo do TikTok foi baixado 4,1 bilhões de vezes; é a 6ª plataforma de mídia social mais popular globalmente; com 57% de mulheres, é a plataforma com maior público feminino; o usuário médio do TikTok gasta 850 minutos no app por mês; 90% dos usuários do TikTok acessam o aplicativo diariamente; e a receita de anúncios gerada a partir do TikTok em 2023 ultrapassou US$ 13,2 bilhões. Apoiado no community commerce, o TikTok ganha força influente no mercado e pode guiar a decisão de compra dos consumidores. “TikTok made me buy it” (TikTok me fez comprar) é uma das trends que mostra o poder do comércio eletrônico impulsionado pelo conteúdo orgânico e autêntico, produzido pela própria audiência.

• Branding – Muito tem se falado em branding e na sua união com growth – conjunto de técnicas de marketing que visa o crescimento do negócio. Esse casamento não aconteceu da noite para o dia: é o resultado da saturação dos anúncios online em redes sociais e da necessidade de colocar a marca, sua identidade e seu valor no centro das estratégias. As mudanças no comportamento do consumidor foram o motor para as estratégias de branding voltarem para o centro das atenções. As pessoas não querem mais publicidades escancaradas, muito pelo contrário, hoje paga-se a mais para não ser impactado por anúncios. Portanto, o grande desafio das marcas é potencializar histórias e criar conexões de forma natural, construindo uma marca forte que possa ser aliada do marketing de performance.

“Temos que remar a favor da otimização.”

Cid Alves, presidente do Sindilojas Fortaleza

Além de reconhecer que as novas tecnologias são inevitáveis de serem usadas no varejo, Cid Alves, presidente Sindilojas Fortaleza, observa, como exemplo, que no ambiente onde a IA estiver – e mais recentemente a ciência quântica e a engenharia quântica – “a empresa obviamente dará um salto de qualidade muito grande em relação a quem não aplicar. É importante que a organização setorial do varejo seja a mais barata em termo de finanças, deslocamento de receitas de uma área para outra, da área meio para fim”.

As novas tecnologias – afirma Cid Alves – devem, necessariamente, ser aplicadas da melhor forma possível, pois é uma realidade sem volta que tende a crescer mais ainda. “Contra isso a gente não pode remar. Temos, sim, de remar a favor da otimização de recursos, de receitas que entram e de despesas que saem. É muito difícil avançar num mundo competitivo depois desses três fatores: a ciência quântica, o algoritmo e a IA. Se não combinar os três no estabelecimento, numa empresa, a tendência é perder espaço para que faz uso desses métodos, dessas tecnologias” – frisa.

Cid Alves, presidente do Sindilojas Fortaleza (Foto: Divulgação)

O dirigente classista ressalta que a NRF Retail’s Big Show apresentou, inclusive, uma viabilidade, no médio prazo, da volta, e com muita pujança, do varejo de estabelecimentos comerciais como outrora, ou seja, varejo com lojas fortes em ruas e em shoppings. Anteriormente, antes dessa nova tendência, era que, após a pandemia, com o advento da transformação das pessoas que se colocaram mais distante fisicamente para não contaminação pela Covid-19, a tendência era de que houvesse a migração completa para venda através das mídias, pondo fim quase que por completo às vendas físicas.

“Lembro o caso da holding americana de lojas de departamentos Macy’s, que fez uma redução drástica na quantidade de lojas. Outros também do cenário mundial no varejo reduziram bastante. No Brasil, ocorreram grandes players que fizeram redução de investimentos e de estabelecimentos. Mas, em 2024, o cenário mudou porque, como ocorre em todo o mundo, pessoas gostam de conviver com pessoas, humanos com humanos. Então, volta-se a estabelecer como meta, entre 2024/2028, como um período de consolidação da retomada do varejo físico.”

Cid Alves, presidente Sindilojas Fortaleza

Sobre a importância da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Cid Alves considera a “fantástica e por isso aplaudo de pé, pois é algo que todos precisavam, mas que, no entanto, existe uma certa ausência de dados, provedores masters, dos grandes players do mercado de informática, de geração de dados para grandes plataformas”. No Ceará – garante – não existem problemas com relação a vazamentos de informações.

“A preservação dos nossos dados, segurança dos nossos clientes e as nossas próprias devem ser irrepreensíveis. Não podemos ter um mínimo de insegurança. E a segurança necessita que todos que estejam envolvidos não deixem uma mínima brecha que permita que um hacker invada e consiga obter o que não é dele.”

Cid Alves, presidente Sindilojas Fortaleza

Sebrae: setor de varejo tem levado a sério o uso das novas tecnologias

O articulador da Unidade de Competitividade dos Negócios do Sebrae-CE Sílvio Moreira informa que o uso das novas tecnologias, como, por exemplo, figital (omnichannel) e inteligência artificial, a importância do ESG, da sustentabilidade, saúde e bem-estar e geração Z, foi amplamente debatida por ocasião da NRF 2024. Ele garante que as empresas têm levado essa questão a sério, tanto é que elas, particularmente as do setor varejista, tem investido na transformação digital.

“O primeiro desafio, principalmente para as pequenas empresas, é vencer a barreira do medo, é deixar de ter medo de investir na transformação digital do seu negócio. Elas precisam entender que sem inovação jamais serão competitivas. Vão acabar ficando para trás. Tecnologia, inovação, IA e Big Data precisam ser assimiladas e inseridas, enxertadas no dia a dia do negócio, visando melhorar a experiência de compra do cliente, a análise dos dados, para tomada de decisão, a interação dos canais de venda, o CRM (ou Gestão de Relacionamento com o Cliente).”

Sílvio Moreira, articulador da Unidade de Competitividade dos Negócios do Sebrae-CE

Sílvio Moreira, articulador da Unidade de Competitividade dos Negócios do Sebrae-CE. (Foto: Divulgação)

As tecnologias estão disponíveis no mercado e a sua utilização são fundamentais para que a empresa possa melhorar seus processos e seu serviços. As empresas precisam contar com especialistas, precisam buscar no mercado pessoas que possam assessorá-las de uma forma que elas possam aproveitar ao máximo essas novas tecnologias. Em síntese, a NRF 2024 colocou em evidência a transformação digital como a chave para o sucesso no varejo.

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