Os municípios brasileiros com até 50 mil habitantes têm até dia 2 de agosto para eliminarem os lixões que cercam as áreas urbanas em todo o Brasil. É lei (a 14.026/20). Será cumprida? Esta foi uma das tantas discussões que atrai grande público de 47 países à Feira Internacional para Água, Esgoto, Drenagem e Soluções em Recuperação de Resíduos – IFAT Brasil, que acontece até esta sexta-feira, 26, no Expo Center, em São Paulo. O espaço abriga 163 expositores, cada qual apresentando soluções tecnológicas para problemas básicos como tratamento de água e esgoto, drenagem e resíduos.
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O fato é que ainda existem 2.800 lixões escancarados nas principais cidades brasileiras, como apontou Eduardo Rocha Dias Santos, diretor do Departamento de Gestão de Resíduos da Secretaria Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Somente em Minas Gerais, 230 dos 853 municípios precisam erradicar o problema. Para Marília Carvalho de Melo, secretária do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, além da regulamentação do licenciamento de destinação de resíduos sólidos, “a solução passa por um processo humano que é a integração social dos catadores e a sua transformação em recicladores”.
Virada de jogo
O destino do lixo é apenas uma conta do rosário de problemas urbanos e rurais a serem transpostos. Quem tem a visão 360 graus é o gerente de Projetos da IFAT, engenheiro civil e ambiental, Renan Andreguetto, mestre em infraestrutura urbana. Embora não ignore que o Brasil ainda esteja distante das metas do Novo Marco Legal do Saneamento (Lei 14.026), aprovado há mais de três anos, é possível virar o jogo.
Andreguetto entende que esta virada começa pelos pilares do tratamento de água e esgoto e por resíduos sólidos por se mostrarem mais atrativos nos retornos e que estão na alçada dos Estados e municípios. “Há grandes empresas entendendo a importância dos investimentos ambientais para o seu negócio”, comenta, acrescentando que a solução efetiva mesmo passa pela educação e conscientização de todos. Estudo da ONU feito para a América Latina e Caribe mostram que cada dólar investido em saneamento gera uma economia de quatro dólares em saúde e ainda gera três milhões de empregos na região.
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