Diante dos sucessivos recordes de produção agrícola e com as obras de infraestrutura em plena movimentação, um setor que desponta como promissor é o de locação de máquinas e equipamentos voltados ao campo e à cidade. É o segmento rental que começa a romper a barreira cultural de quem planta e de quem atua nos canteiros de obras, especialmente da construção e mineração.
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Ao invés de comprar o maquinário, a opção de locar tem se mostrado atraente e viável, liberando o empresário para cuidar efetivamente do seu negócio. A alternativa está há muito disponível, mas ganhou maior fôlego nas duas últimas maiores feiras especializadas, a da construção, a M&T Expo, e a do agronegócio, a Agrishow, em São Paulo e em Ribeirão Preto, respectivamente.
Dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) mostram que o mercado de locação de máquinas eequipamentos no Brasil tem crescido, caminhando – ainda que lentamente – na direção da cultura do compartilhamento de bens móveis. Somente no último ano, as empresas de aluguel compraram 10,5% dos caminhões novos, com registro de 10.211 emplacamentos, o que é 38,9% maior do que no ano anterior. O avanço é significativo como também é enorme o potencial a ser explorado, já que apenas 1,5% da frota nacional de caminhões é alugada. Nos EUA, as locações de caminhões chegam a 25%.
Com tripla presença no setor, o diretor da Escad Rental, Eurimilson Daniel, também diretor de Equipamentos Pesados da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc) e vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), acompanha de perto esta realidade.
Para ele, o momento atual é de equilíbrio no mercado de locação de máquinas e equipamentos porque há crédito e juros compatíveis. Também há espaço para crescimento, especialmente a chamada Linha Amarela. O argumento para avançar é simples e envolve o caixa das empresas. Basta somar o valor mensal da prestação do financiamento, manutenção, estrutura de galpões, pessoal qualificado e seguro, além do benefício tributário enquanto que a locação é integralmente lançada como despesa. “Os locadores conseguem diluir estes custos. O usuário não”, explica.
Eurimilson Daniel lembra que apesar da queda de confiança na economia, como mostrou recente pesquisa da Sobratema, a indústria de máquinas e equipamentos continua crescendo graças à boa performance do agronegócio, da mineração e da infraestrutura, que continuam demandando máquinas. “Eu fico com a sensação que houve um deslocamento da confiança de setores produtivos como o agro, que apostam nos recursos privados e nas concessões”, comenta, citando os R$ 80 bilhões anuais já concedidos.
O ano eleitoral, a seu ver, é fator positivo, gerando investimentos nos governos estaduais e municipais em manutenção e pavimentação de estradas e outras obras de infraestrutura. Ele lamenta, entretanto, que o setor de saneamento ainda está bastante desassistido, mas que se mostra de enorme potencial.
Com mais de quatro mil caminhões, máquinas e equipamentos alugados exclusivamente para o agronegócio, a Vamos, líder nacional em locação de veículos pesados, é uma das empresas com forte atuação em locação.
O agronegócio é um mercado estratégico para a Companhia e que pode ser beneficiado com as vantagens da locação. Trata-se de um modelo de negócio que oferece soluções customizadas e dimensionadas, com redução de custos operacionais e ganho de produtividade em qualquer tipo de cultivo e tamanho de área. Não por outra razão, o agronegócio representa30% do seu faturamento.
“Ao optar por esta modalidade, o usuário da locação redireciona o capital da compra para investimentos mais estratégicos ao negócio, com economia substancial, que pode chegar até 10% para máquinas agrícolas e 30% para caminhões, quando comparado aos custos associados à aquisição.”
Gustavo Couto, CEO da Vamos
O crescimento da modalidade rental de negócio já sinaliza dores. É o caso da necessidade de mão de obra qualificada, especialmente quando se trata de localidades mais distantes dos grandes centros urbanos. A preocupação foi manifestada por Sérgio Kariya, CEO da Mills Locação, durante o 10º Congresso Nacional de Valorização do Rental promovido pela Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc), na M&T Expo 2024.
O futuro de curto prazo se mostra promissor às transações com locação. Entre os sinais positivos estão os juros em queda projetados para 9% até o final do ano, a retomada do mercado imobiliário com o programa Minha Casa Minha Vida e a necessidade urgente de investimentos em obras de infraestrutura a ser viabilizada pelo novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com destaque para o setor energético.
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