O Brasil ultrapassou a Bélgica e se tornou o maior mercado de exportação para carros eletrificados da China, de acordo com dados do setor. Esse movimento ocorre em um momento em que montadoras chinesas aumentam suas vendas para mercados fora da Europa, em meio à investigação antitruste da União Europeia.
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O crescimento se dá também em antecipação ao aumento do imposto de importação no Brasil, que começou a vigorar para carros elétricos no início deste ano e foi elevado para os híbridos. O plano do governo federal prevê que o imposto sobre carros elétricos aumente gradualmente até 35% até meados de 2026, partindo de uma alíquota zero. Para os híbridos, a alíquota subirá de 12% para o mesmo patamar.
Segundo dados da Associação de Carros de Passageiros da China (CPCA), as exportações de carros elétricos e híbridos plug-in para o Brasil aumentaram 13 vezes em relação ao ano anterior, atingindo 40.163 unidades em abril, consolidando-se como o maior mercado de exportação pelo segundo mês consecutivo. Em janeiro, o Brasil ocupava a 10ª posição nesse ranking.
Montadoras chinesas estão aumentando seus investimentos na produção local no Brasil. A BYD está construindo um complexo fabril no país, com previsão de início de produção local até o final deste ano ou início de 2025. A Great Wall Motor anunciou que sua fábrica no Brasil começaria a operar este mês.
Em abril, o Brasil também se tornou o segundo maior destino de exportação de carros chineses em geral, atrás apenas da Rússia, que manteve a primeira posição. Segundo Cui Dongshu, secretário-geral da CPCA, a Rússia deve continuar sendo o maior mercado de exportação de automóveis chineses, devido às sanções ocidentais que enfrenta.
Entre os países que registraram as maiores quedas nas importações de veículos elétricos de passageiros fabricados na China entre janeiro e abril estão Espanha, França, Holanda e Noruega. A investigação antisubsídios da União Europeia impactou as exportações chinesas para o bloco, levando as montadoras chinesas a explorarem ativamente mercados na América do Sul, Austrália e Sudeste Asiático.
Nos primeiros quatro meses deste ano, as exportações de automóveis chineses para a Rússia aumentaram 23%, totalizando 268.779 veículos. As exportações para o México e o Brasil cresceram 27% e 536%, respectivamente, alcançando 148.705 e 106.448 unidades no mesmo período.
*Com informações do portal Forbes.
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