agro e superávits

O Brasil enfrentou déficits comerciais constantes em setores não agropecuários, enquanto os produtos agro impulsionaram os superávits. (Foto: Envato Elements)

Agro impulsiona superávits comerciais brasileiros nas últimas três décadas

Por: Redação | Em:
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Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela a importância do agronegócio para os saldos comerciais positivos do Brasil entre 1989 e 2022. A pesquisa, liderada por Rogério Edivaldo Freitas, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, destaca que a exportação de produtos do agro apresentou superávit em todos os anos analisados.


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A partir de 2008, durante a crise financeira global, o Brasil enfrentou déficits comerciais constantes em setores não agropecuários, enquanto os produtos do agro impulsionaram os superávits comerciais. Em 2022, as commodities representaram 42% das receitas obtidas com exportações, um aumento em relação aos 25% de 1989.

Além disso, o estudo identificou mudanças nos principais produtos exportados ao longo dos anos. Entre 1989 e 1994, resíduos de indústrias alimentares, café e mates, preparações de hortícolas, sementes e oleaginosos, e tabaco e seus manufaturados dominavam, correspondendo a 65% das exportações do setor. De 2014 a 2022, sementes e oleaginosos, carnes e miudezas, açúcares e confeitaria, resíduos de indústrias alimentares e cereais lideraram, respondendo por 75% das exportações.

Além disso, houve uma diminuição nos gastos com importações de alimentos, que caíram de 12% das importações totais em 1989 para cerca de 5% em 2022.

Principais importadores

Os principais importadores dos produtos agropecuários brasileiros em 2018, segundo dados internos, incluíram China, União Europeia, Estados Unidos, Japão, Irã, Arábia Saudita, Rússia, Hong Kong, Coreia do Sul e Indonésia

Em 2020, a Organização Mundial do Comércio (OMC) destacou União Europeia, Estados Unidos, China, Japão, Reino Unido, Canadá, Coreia do Sul, Rússia, Hong Kong e México como os maiores importadores de produtos alimentícios.

Projeções para o agro

Para a próxima década, o estudo projeta crescimento nas exportações de algodão, soja, milho, carnes (suína, bovina e de frango) e frutas, especialmente manga. No entanto, alerta para a possível redução na área cultivada de mandioca, café, arroz, laranja e feijão, embora ganhos de produtividade possam compensar parte dessa diminuição.

O Brasil ultrapassou os Estados Unidos como o maior exportador mundial de algodão, meta inicialmente prevista para 2030, já alcançada antes do término da safra 2023/2024. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) indicam que o Brasil colherá aproximadamente 3,7 milhões de toneladas de algodão em pluma nesta temporada, com exportações estimadas em cerca de 2,6 milhões de toneladas.

O estudo também destaca regiões estratégicas para as exportações agropecuárias brasileiras, incluindo Sudeste Asiático, com ênfase na China, além de México, União Europeia, Índia, Oriente Médio, África e América do Sul, cada uma com demandas específicas por produtos brasileiros do setor agropecuário.

*Com informações do portal exame.

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