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Investimentos da Qair Brasil crescem e superam os R$ 5 bilhões

Com apenas seis anos no mercado nacional, a Qair Brasil tem investido maciçamente no segmento de energia renováveis (eólica, solar e mais recentemente em hidrogênio verde), sobretudo nos estados nordestinos, dentre eles o Ceará. Em 2023, a empresa fechou o ano com aproximadamente 600MW em ativos eólicos e solares em operação comercial, representado investimentos na ordem de R$ 3 bilhões nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte.


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Este ano, a Qair Brasil iniciou uma obra com 200 MW de capacidade instalada de energia solar fotovoltaica no Ceará, dividida em duas etapas, com conclusão estimada para 2025. Além disso, está prevista, até o próximo ano, a viabilização de mais 239 MW. Em 2026, a empresa, no seu primeiro ciclo de investimentos concluído, terá alcançado aproximadamente 1GW de ativos em operação comercial e aportes totais na ordem de R$ 5 bilhões aplicados no Nordeste do país, região que costuma ser uma das mais carentes de investimentos no território nacional.

Além dos projetos em operação, visando alicerçar a expansão de suas operações no país, a Qair Brasil desenvolve uma larga carteira de projetos de diferentes fontes energéticas renováveis e em vários estados brasileiros. Em 2023, a empresa fechou o ano com uma capacidade instalada futura de, aproximadamente, 8,64 GW em projetos eólicos, eólicos offshore e solares fotovoltaicos; e mais quatro projetos de produção de hidrogênio verde, com capacidade instalada total de 4,77 GW.

Em 2021, a empresa estabeleceu, através de memorando, investimento de € 5,85 milhões para a produção de hidrogênio verde e energia eólica em alto mar (offshore). O investimento total previsto é de US$ 6,95 bilhões, com geração de 2.000 empregos durante a construção das plantas e 600 empregos diretos quando da plena operação dos projetos.

Do total geral, cerca de US$ 3,8 bilhões estão ligados a Planta de Hidrogênio Verde Liberdade, projeto a ser instalado na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE), do Complexo do Pecém, a partir de quatro fases, e mais US$ 3 bilhões para eólica offshore em Acaraú, município já mais a Oeste no litoral do estado. A iniciativa no Ceará será desenvolvida no Complexo Eólico Marítimo de Dragão do Mar, com geração offshore (em alto mar), e depois transformá-lo em hidrogênio verde.

A Qair Brasil também prevê uma segunda planta de Hidrogênio Verde no porto marítimo de Suape, no estado de Pernambuco. O projeto propõe a instalação de quatro conjuntos de eletrolisadores de água em áreas localizadas no complexo, em investimentos que podem chegar a R$ 20 bilhões nos próximos anos. O hidrogênio verde (H2V) é gerado a partir de eletricidade proveniente 100% de energia renovável através de um processo chamado eletrólise da água, que é a separação do oxigênio e do hidrogênio e a sua utilização destina-se principalmente à indústria agrícola com fertilizantes.

Um novo e amplo mercado poderá ser desenvolvido no país, englobando setores do transporte, geração elétrica, armazenamento de energia e processos industriais, a permitir a retomada da economia com aceleração da transição da matriz energética, bem como do atendimento às metas previstas no Acordo de Paris. Estudos internacionais indicam que em 2050 o hidrogênio em todas as suas formas será responsável por 18% do consumo global de energia.

Qair Brasil anuncia investimento de R$ 2 bi no H2V no Ceará

A empresa anunciou, em junho deste ano, que vai investir R$ 2 bilhões para produzir e armazenarhidrogênio verde na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), em São Gonçalo do Amarante. O projeto foi mostrado em audiência pública para apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e o seu Respectivo Relatório (EIA/Rima). De acordo com o relatório, o “Projeto H2’Fraternité” inclui a construção de dois edifícios para o processo de eletrólise, visando a produção de hidrogênio (H2), que será purificado antes do processo de eletrólise, e produção de energia elétrica renovável.

O objetivo é estabelecer uma planta de produção de hidrogênio verde com capacidade de eletrólise de 280 MW, com uma produção inicial estimada em cerca de 42 mil toneladas de H2 por ano. O projeto também inclui uma planta de produção e armazenamento de hidrogênio em uma área de 34,59 hectares, além de uma linha de transmissão de 3,8 km que conectará a subestação dessa planta industrial à subestação Pecém II. A estimativa é que o projeto seja efetivamente estabelecido num prazo de 24 meses, gerando, em sua fase inicial, aproximadamente 250 postos de trabalho.

A audiência pública é uma das fases do processo para a obtenção da Licença de Instalação, que poderá aprovar a implantação do empreendimento. Após a apresentação dos estudos e complementações, o projeto será submetido à análise do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) para a autorização e emissão da licença pela Semace.

Painéis fotovoltaicos e torres eólicas da Qair no Ceará. (Foto: Assessoria de Imprensa da Qair Brasil)

Projetos implantados no Ceará e no Rio Grande do Norte

A Qair Brasil construiu o Complexo Eólico de Serrote, no estado do Ceará, composto por 49 aerogeradores que já está em operação com capacidade de 205 MW. A segunda fase de expansão chamada de Serra do Mato, localizada na região do Trairi, contém mais 29 aerogeradores que também já estão operando com capacidade de 121,8 MW. Além disso, haverá uma integração para produção de energia solar fotovoltaica com capacidade de 101 MW.

A empresa também está presente no Rio Grande do Norte, com a operação comercial do complexo eólico de Afonso Bezerra, que conta com 38 aerogeradores e capacidade de 159,6 MW.

Armando Abreu, CEO da Qair. (Foto: Assessoria de Imprensa da Qair Brasil)

Ao abordar a importância da produção de energia limpa (renovável) para o mundo, sobretudo diante dos problemas climáticos, que estão cada vez mais impactantes, o CEO da Qair, Armando Abreu, afirma, em entrevista exclusiva para a Trends, que a substituição das fontes de energias convencionais, baseadas em combustível fóssil, por energias renováveis, é um dos principais pilares do combate ao aquecimento global. Considerando que aproximadamente 70% das emissões de gases de efeito estufa estão ligadas à produção de energia e que cerca de 80% da energia consumida são provenientes de combustíveis fósseis, é urgente promover a transição energética no mundo.

Sobre o tamanho do mercado brasileiro, Armando Abreu explica que a matriz energética brasileira já é uma das mais limpas do mundo, tendo alcançado, recentemente, uma participação de 49,1% de renováveis. Na produção de energia elétrica, este percentual aumenta significativamente para o valor aproximado da matriz nacional. O Brasil, atualmente, possui a quarta maior capacidade instalada em eletricidade no mundo, com 205 GW em operação, dos quais 170GW são provenientes das fontes hidráulicas, eólica, solar PV e biomassa. Um mercado bastante maduro e competitivo – observa.

“As operações da Qair Brasil são relativamente recentes neste mercado de empresas com décadas de operação no País, há apenas seis anos. Entretanto, já temos uma participação significativa para este período, com perto de 600MW em operação comercial e mais 440MW prestes a iniciar a construção. Nossa expectativa é alcançar nosso primeiro 1GW em operação até 2026.”

Armando Abreu, CEO da Qair

No Ceará, a Qair Brasil é uma das empresas com maior capacidade instalada eólica e solar PV – informa, acrescentando que, atualmente, a empresa conta com aproximadamente 435MW em operação no estado (entre projetos eólicos e solares PV), nos municípios do Trairi, Aquiraz e Cascavel, além de mais 440 MW solar PV iniciando construção em Icó.

No que tange aos cuidados da empresa na questão da sustentabilidade (ESG de forma geral), o CEO diz que o Grupo Qair, à semelhança de todos os produtores de energia renováveis independentes, nasce de um propósito empresarial de mudança para um mundo mais limpo e inclusivo. “A sustentabilidade é parte do nosso DNA e, por isso, temos políticas organizacionais que nos empurram para o cumprimento desta agenda”.

Recentemente – lembra – a empresa obteve o Selo Conformidade ESG, atribuído pela Sistema FIEC/CE, e certificado pela entidade internacional Bureal Veritas, com a nota máxima AAA. Para Armando, “isso abrilhantou todo um trabalho de olhar o nosso papel empresarial e social de forma diferente”.

Abreu reconhece, no entanto, que não há qualquer ação humana que não impacte o meio ambiente de alguma forma. E não seria diferente com empreendimentos do porte das centrais eólicas e solares. A grande questão – explica – é a forma e a intensidade do impacto. É uma questão de escolha por soluções que amenizem os impactos, mas que assegurem a necessidade da humanidade por energia.

Nesta visão – entende – a Qair Brasil vem tendo muito sucesso nesta missão, pois atua com soluções de produção de energia com baixas emissões, além disso promove o desenvolvimento humanos nas comunidades onde os projetos são tocados. Essa é uma previsão da Política de Responsabilidade Socioambiental da Qair, promover o desenvolvimento das pessoas.

O Grupo Qair – frisa – está atualmente presente em 20 países em quatro continentes, atuando unicamente no mercado das energias renováveis tradicionais, onshore e offshore, como a hidroelétrica, eólica e a solar fotovoltaica. No Brasil a empresa toca projetos nas duas últimas.

“As empresas do Grupo Qair têm no core o uso de tecnologias já consolidadas, entretanto é comum inovarmos com modelos de negócios mais inteligentes e em nichos de mercado. Por exemplo, desde 2020 estamos desenvolvendo nossos projetos offshore e de hidrogênio verde no Brasil, buscando criar oportunidades de negócios aqui. Também estamos olhando o mercado de armazenamento de energia em larga escala. No exterior, já temos projetos em desenvolvimento em plantas waste-to-energy, que é a queima ecológica de resíduos urbanos, e energia das correntes marítimas, conhecida com tidal.”

Armando Abreu, CEO da Qair

Indagado sobre quais os principais desafios enfrentados pela Qair no mercado de energia renovável, o CEO da empresa foi enfático: como em todo negócio, “sofremos impactos das mudanças e humores no cenário político e econômico nacional e internacional”. Atualmente, por exemplo, o mercado da energia eólica está preocupado devido aos altos preços dos equipamentos e o baixo preço da energia. Além disso, as atipicidades climáticas e os gargalos da infraestrutura elétrica do sistema elétrico nacional dificultam novos oportunidades de ampliar o portifólio de projetos da empresa.

Sobre as oportunidades e as tendências para a empresa no curto, médio e longo prazos, Abreu acredita que o mundo está vivenciando uma grande mudança na sua geopolítica energética, principalmente pelos altos custos ligados ao aquecimento global e à mudança comportamental e dos paradigmas dos consumidores do futuro. Essa pressão está forçando um reordenamento das soluções tecnológicas e principalmente, de “poderes”. “Em poucos anos vamos ver muita coisa nova, em hábitos de consumos e indústrias novas” – prevê. Este fato traz perspectivas animadoras para qualquer empresa de energia, principalmente aquelas que não se fecham tanto para as mudanças.

Para concluir a entrevista exclusiva à plataforma Trends, o CEO da Qair, Armando Abreu, diz que as expectativas para o setor de energias renováveis no Brasil e no mundo são as melhores possíveis. “Tudo indica um aquecimento dos mercados ligados as energias renováveis nos próximos anos, principalmente com o uso em larga escala de hidrogênio verde, que demandará mais energia elétrica de plantas geradoras eólicas, solares PV e outras. Esperamos que na segunda metade desta década este processo já seja sentido fortemente e que se expanda, ainda mais, na próxima década” – finaliza.

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