Os reajustes nos preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP) feitos pela Petrobras em julho não devem se estender ao diesel tão cedo. Consultorias como Argus e StoneX apontam que a entrada significativa de diesel russo com preços descontados alivia a pressão sobre os preços praticados pela estatal.
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A forte presença do diesel russo, vendido a preços inferiores aos da bolsa de Nova York, cria um “colchão” que protege a Petrobras de pressões para ajustar seus preços.
Embora entidades como a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) e o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) frequentemente reportem uma defasagem de mais de 10% entre os preços do diesel da Petrobras e o preço de paridade de importação (PPI), essa discrepância não reflete a realidade atual. Isso ocorre porque os cálculos dessas entidades consideram o diesel importado do Golfo do México, que quase não está mais presente no mercado brasileiro.
Na última semana, a Abicom apontou uma defasagem de 10% ou R$ 0,39 por litro, enquanto o CBIE indicou 7,24% ou R$ 0,27. No entanto, para consultores da Argus e da StoneX, a defasagem real tem sido entre 2% e 4%.
O cenário atual é favorável à gestão da Petrobras sob a liderança de Magda Chambriard. O preço do diesel da estatal não é reajustado desde 27 de dezembro de 2023, quando foi reduzido em 7,8%.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) mostram que o diesel russo representou 97,8% do total importado pelo Brasil em maio e 71,2% em junho. Em junho, outras fontes importantes de diesel foram Índia (16%), Omã (8%) e Estados Unidos (5%).
Pedro Rodrigues, diretor do CBIE, reconhece o impacto do diesel da Rússia na defasagem do preço da Petrobras. Ele observa que as flutuações cambiais também afetam o diesel russo, negociado em dólar, mas recentemente o câmbio tem ajudado a reduzir a pressão sobre a defasagem.
Para o futuro, a StoneX vê o diesel russo mantendo sua dominância no mercado brasileiro, com volumes flutuando conforme as condições de mercado. Apesar dos benefícios recentes do câmbio, reajustes nos preços da Petrobras não são esperados a curto prazo, enquanto a defasagem real permanecer entre 2% e 4%.
Fatores de risco incluem uma temporada de furacões mais intensa, riscos às refinarias russas devido à guerra na Ucrânia e possíveis quedas nas taxas de juros americanas que poderiam aumentar o consumo e pressionar os preços do diesel nos Estados Unidos.
*Com informações do portal InfoMoney.
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