O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em visita oficial ao Chile, foi recebido pelo presidente Gabriel Boric. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Brasil e Chile assinaram, na última segunda-feira (5), 19 novos acordos e atos bilaterais em áreas diversas, incluindo turismo, ciência e tecnologia, defesa, agropecuária e direitos humanos, além de relações comerciais e de investimentos. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em visita oficial ao Chile, foi recebido pelo presidente Gabriel Boric no Palácio de La Moneda, em Santiago.
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Os dois países, que já possuem mais de 90 acordos bilaterais em vigor, buscam diversificar ainda mais suas relações comerciais, atualmente equilibradas, mas pouco diversificadas. Os novos acordos visam ampliar essa diversificação.
Entre as colaborações pactuadas estão a integração nas áreas de mudanças climáticas e turismo. A isenção de cobrança de roaming, acordada no ano passado, e o recente reconhecimento recíproco de carteiras de habilitação são exemplos de medidas que buscam melhorar a vida dos cidadãos dos dois países. Além disso, Brasil e Chile concordaram em estabelecer um mecanismo regional de resposta a desastres naturais, em resposta aos recentes incêndios no Chile e enchentes no sul do Brasil.
Um tratado sobre extradição também foi assinado, reforçando a cooperação no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas. A ampliação do fluxo comercial e turístico entre os países foi outro ponto destacado durante o encontro.
O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile, com um intercâmbio anual de US$ 12,3 bilhões. O Chile exporta principalmente cobre, pescados e minérios para o Brasil, que, por sua vez, exporta petróleo, carne bovina e automóveis para o país andino. A conclusão das discussões sobre regras de origem do Acordo de Livre Comércio deve aumentar as exportações brasileiras de automóveis.
Com investimentos superiores a US$ 4,5 bilhões, o Brasil é o maior investidor latino-americano no Chile, atuando em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, construção e fármacos. Além disso, o Brasil também é o principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com empresas chilenas operando no Brasil em áreas como celulose, varejo e energia.
A visita de Lula ocorre num momento de retomada da integração sul-americana. Brasil e Chile, junto com Paraguai e Argentina, são sócios no Corredor Bioceânico, que ligará o Centro-Oeste brasileiro aos portos do Norte do Chile. As discussões atuais focam em garantir serviços fronteiriços e logísticos eficientes.
O Chile colaborará com os grupos de trabalho do G20 sob a presidência brasileira e integrará a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta pelo Brasil. Os dois presidentes compartilham posições em temas globais como defesa da democracia, integração regional, meio ambiente, direitos humanos, inclusão social, direitos trabalhistas e a situação na Palestina.
Lula convidou Boric para participar da reunião de líderes contra o extremismo, a ser realizada à margem da Assembleia Geral da ONU em setembro, em Nova York, encontro organizado por Lula e por Pedro Sánchez, presidente da Espanha.
*Com informações do portal Agência Brasil.
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