A ACE Ventures, em parceria com o Sebrae Startups, lançou o relatório Founders Overview 2024, que traça um panorama do perfil e da jornada dos empreendedores no Brasil. A pesquisa entrevistou cerca de 900 fundadores de startups, cujas empresas apresentam um faturamento anual que varia de R$ 360 mil a mais de R$ 300 milhões.
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O relatório destaca que o perfil do empreendedor brasileiro se distancia do estereótipo do Vale do Silício, onde jovens recém-formados ou estudantes abandonam a faculdade para criar startups. No Brasil, mais de 60% dos fundadores estão na faixa etária entre 35 e 54 anos. A faixa de idade entre 18 e 24 anos, por exemplo, representa menos de 4% dos empreendedores entrevistados.
A maioria dos fundadores tem um histórico profissional robusto: 44,5% dos entrevistados vieram do mercado corporativo antes de empreender, enquanto 17,5% já haviam empreendido em outros setores. Ex-funcionários de startups representam 8,4%, e apenas 4,2% dos empreendedores não tiveram experiência profissional prévia.
O relatório revela um leve aumento na participação de mulheres como fundadoras de startups, passando de 23,6% em 2023 para mais de 28% em 2024. No entanto, a maioria dos empreendedores ainda se declara homem, correspondendo a 71,4% dos entrevistados.
A região Sudeste permanece como o principal polo de startups no Brasil, concentrando 55% das empresas, embora tenha caído em relação aos 66,7% do ano anterior. As regiões Sul e Nordeste, por outro lado, registraram crescimento, alcançando 22,5% e 12,5%, respectivamente.
Entre os setores mais representativos, destacam-se EdTech (8,75%), FinTech (6,85%), e RetailTech (5,95%). As startups voltadas para tecnologia verde (GreenTech) também estão em crescimento, refletindo uma tendência global de preocupação com a sustentabilidade.
O modelo de Software as a Service (SaaS) predomina entre as startups, representando cerca de 40% das empresas. A maioria das startups entrevistadas foca no mercado B2B, com 54% atendendo outras empresas como clientes principais.
Parcerias e eventos emergem como canais de vendas relevantes, superando plataformas tradicionais de publicidade digital, como Google Ads e Meta Ads.
O relatório também aponta que 70% das startups brasileiras seguem um modelo bootstrap, sem recorrer a investimentos externos. Quando há aporte financeiro, 49,5% dos empreendedores não demonstram preferência pelo tipo de investimento, seja ele anjo, venture capital ou corporate venture capital (CVC).
O interesse em startups que utilizam Inteligência Artificial tem aumentado, com 36,7% dos fundadores observando maior atração dos investidores por essas empresas. Entre as startups que adotaram IA, 37% relataram crescimento e ganho de eficiência operacional.
O estudo também indica que 7 em cada 10 empreendedores têm planos de fusão ou aquisição (M&A), com 37% pretendendo vender suas empresas nos próximos cinco anos.
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