De acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF), em parceria com a Accenture, a América Latina está posicionada para se tornar uma líder global no fornecimento de hidrogênio verde, capturando entre 25% e 33% da demanda global até 2030. O estudo destaca a abundância de recursos renováveis, portos estratégicos e o crescente apoio político como fatores-chave que podem permitir à região rivalizar com grandes players como Austrália e África.
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O custo nivelado do hidrogênio renovável na América Latina é projetado para ser particularmente competitivo em áreas como o sul da Argentina e Chile, nordeste do Brasil e norte da Colômbia e Venezuela. A Europa e a Ásia estão entre os principais mercados compradores.
O relatório identifica 11 potenciais hubs de produção de hidrogênio na região, localizados em países como Chile, Brasil e Panamá. Em comparação, os Estados Unidos e a Austrália anunciaram 10 e sete hubs, respectivamente.
A América Latina é vista como um provável exportador líquido de hidrogênio no longo prazo, mas os países da região adotam estratégias diferentes para desenvolver essa economia. O Chile e a Argentina têm potencial como grandes exportadores, enquanto Brasil, Colômbia e México se concentram na descarbonização local. Panamá e Uruguai focam no desenvolvimento de hubs de combustíveis verdes para o transporte marítimo.
O Brasil, em particular, pode se destacar na produção de bens com maior valor agregado, utilizando hidrogênio de baixo carbono em setores como aço, fertilizantes e cimento. No entanto, o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) do país ainda não define projeções claras de demanda internacional.
A Colômbia, por sua vez, busca atingir 40% de consumo de hidrogênio renovável no setor industrial até 2050, oferecendo benefícios fiscais associados à redução de emissões. O México, embora ainda sem uma estratégia nacional definida, já conta com nove projetos em desenvolvimento voltados para eletrólise e produção de amônia verde.
No Brasil, o Congresso Nacional pode limitar a concessão de incentivos fiscais de acordo com a intensidade de carbono. O texto aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados, referente ao Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, estabelece que o benefício fiscal seja proporcional à redução das emissões de gases de efeito estufa. A proposta aguarda apreciação no Senado.
*Com informações do portal epbr.
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