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Especialista afirma que as mulheres estão cada vez mais buscando romper a bolha do mundo tecnológico e fazer parte dele. (Foto: Envato Elements)

Mulheres de alta potência inspiram negócios

Por: Gladis Berlato | Em:
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Nem só de Luizas Trajano, Chiekos Aoki, Anas Fontes, Cristianes Junqueira (Nubank e GCO), Anittas e Giseles Bündchen vive o mundo dos negócios. A inspiração até pode ter vindo delas e de outras vencedoras. As iniciativas, de diferentes portes e naturezas, proliferam e elevam as mulheres à potência máxima gerando emprego e renda a tantas outras figuras que integram o rico universo do “batom” ou do “espumante”, como ainda rotulado.


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Faltam espaço e fôlego para contar tantas histórias de empreendedorismo feminino. Sem disputas de beleza entre gêneros, o fato é que o Brasil é Medalha de Prata no pódio do empreendedorismo mundial, depois da Índia, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2022, realizada pelo Sebrae e pela Anegepe (Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas). Aproximadamente 93 milhões de brasileiros e brasileiras estão envolvidos com algum tipo de empreendimento. Deste total, as mulheres respondem por 34,4%, o que também coloca o Brasil em posição de liderança mundial, conforme dados do Sebrae.

Negócios do frio

As irmãs Júlia (34) e Mariá Evangelista (36) bem ilustram o fato. Donas da marca Oficina de Inverno, em Teresina (PI), elas transformaram a paixão por viagens internacionais num negócio, inicialmente online, em 2014, oferecendo da cabeça aos pés tudo que o viajante precisa para se proteger de frios urbanos até -10°C. Hoje com quatro lojas (Fortaleza, Piauí, Recife e Goiânia), vendem muito para o quente Nordeste, mercado-alvo que as inspirou a oferecer soluções para os viajantes despreparados.

Júlia e Mariá Evangelista, donas da marca Oficina de Inverno. (Foto: Divulgação)

Elas contam com um vasto portfólio desenvolvido, mas não fabricado pela Oficina de Inverno. Mais de 80% dos itens são brasileiros vindos, em especial, do Sul e Sudeste (tricôs e produtos térmicos, como calças e casacos) e do Nordeste, de onde compram o couro. E já sonham expandir para o Sudeste.

Júlia Evangelista diz que nesta primeira década aprendeu que é preciso planejar o crescimento formando equipes, erro que ela mesma admite ter cometido. “Se eu tivesse pensado antes, o furacão na nossa trajetória de crescimento seria menor”, brinca, alertando, também, que é preciso ter fôlego financeiro para cada etapa de expansão, reinvestindo os resultados sempre que possível.

Com que roupa eu vou

Cáren Cruz, CEO e Criativa da Pittaco Consultoria. (Foto: Arquivo pessoal)

Cáren Cruz, CEO e Criativa da Pittaco Consultoria, de Salvador, aproveitou sua expertise em comunicação para alcançar um público amplo ao se tornar consultora de imagem com foco em comunicação e analista em Coloração Pessoal especializada em belezas negras. Na verdade, ela foi empurrada por colegas em busca de orientação sobre looks adequados para determinadas ocasiões, o que a levou a criar um blog de moda, em 2008.

“Bombou sem que eu acreditasse”, disse, obrigando-a a transformar a “Euquipe” em um CNPJ, em 2012. O desdobramento ganhou o formato de loja itinerante, a Pittaco na Moda, uma espécie de consultoria estratégica de dicas sobre como se vestir, agora já voltada para empresárias. Não satisfeita, partiu para um e-commerce de semijoias com acabamentos artesanais.

Consciente de que seu produto é credibilidade através da imagem das pessoas e como devem ser percebidas em determinadas situações e ambientes, ela se diz feliz por ter transformado um segmento que ela própria via como futilidade em uma eficaz ferramenta de trabalho. Aos 40 anos, ela dissemina sua experiência em palestras e mentorias individuais e corporativas e aconselha a quem aspira ao empreendedorismo que seja positiva, mas que fundamente sua confiança via estudos e que não esqueça de formalizar parcerias para crescer.

Criatividade, cultura e turismo

Albaniza Farias Moraes, da Nova Turismo. (Foto: Arquivo pessoal)

Albaniza Farias Moraes, da Nova Turismo em Campina Grande, na Paraíba, se ocupa do receptivo, com os traslados de clientes do aeroporto para os hotéis, além de passeios turísticos guiados. O pulo do gato, entretanto, foi a criação do “Ônibus do Forró”, parafraseando o tradicional “Trem do Forró”, que percorre os pontos turísticos da cidade.

Depois de atuar como assistente social, sua formação superior, e de passar pela locadora de veículos do marido, ela decidiu cortar a monotonia e empreender em carreira solo contribuindo para disseminar a cultura local. O ônibus, adaptado para receber os grupos locais de forró no trajeto, passa pelos pontos turísticos contemplando o artesanato e a gastronomia. “Perseverar é o meu lema”, conta ela, apontando o acesso ao crédito como o maior entrave para o crescimento.

Os entraves ao empreendedorismo feminino

As histórias, acompanhadas pelo Sebrae desde seu nascedouro, fazem parte da rotina de Geórgia Nunes, gerente de Empreendedorismo Feminino da entidade, que concorda com os depoimentos de que a falta de educação financeira é um dos desafios mais significativos enfrentados pelas mulheres empreendedoras. “Muitas vezes isto acontece por crenças limitantes que sugerem maior dificuldade das mulheres em áreas das ciências e exatas”, observa, pensamento que inclui a alta e desigual responsabilidade familiar das mulheres em relação aos homens. Também entende como desigual o tratamento do sistema de apoio vigente a mulheres empreendedoras mais velhas e negras.

Por conta disso, programas de capacitação como o Sebrae Delas e as mentorias feitas por outras mulheres de negócio ajudam a superar os desafios. Geórgia garante que já é visível nas empresas que o empreendedorismo feminino também tem gerado impactos sociais, como a adoção de práticas empresariais mais inclusivas, com horários flexíveis e adequação dos espaços visando apoio à maternidade.

O Sebrae recomenda que as mulheres cultivem redes de apoio para troca de experiências e conhecimento, além de suporte mútuo e oportunidade de aprender com os desafios de outras mulheres. E que dividam as responsabilidades domésticas com outros familiares e com a sua rede de apoio para desenvolver competências socioemocionais e de gestão de negócios. O Sebrae disponibiliza cursos digitais através da plataforma www.sebrae.com.br para fortalecimento das habilidades.

Rede Mulher Empreendedora (RME)

Débora Monteiro, gerente executiva no Instituto RME. (Foto: Arquivo pessoal)

Débora Monteiro, gerente executiva no Instituto RME (Rede Mulher Empreendedora), concorda que é fundamental a mulher se capacitar para liderar um negócio, mantendo uma boa rede de contatos e mantendo-se aberta a críticas construtivas. O Instituto, criado em 2017 por Ana Fontes para preparar mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente as empreendedoras negras, trans, residentes em comunidades ou com mais de 50 anos, oferece todo esse suporte. Ela afirma que muitas conseguem gerar sua própria renda e romper com ciclos de violência. Outras entram num círculo de prosperidade e passam a contratar mulheres para o seu negócio. “Nossos relatórios de impacto mostram que quando uma mulher avança, a sociedade inteira avança com ela”, diz.

A gerente do Instituto RME sabe que o empreendedorismo por necessidade continua se destacando como o motivo maior da decisão de empreender. Mas mesmo diante de entraves como dupla jornada de trabalho, esgotamento mental, dificuldade de acesso ao crédito ou um aporte inicial para tirar a ideia do papel e dos preconceitos, elas têm sido vitoriosas buscando consultorias, assessorias e mentorias. Resultado disso é retratado no destaque alcançado, em especial, nas áreas de alimentação e bebidas, beleza e cosméticos e artesanato. “As mulheres estão cada vez mais buscando romper a bolha do mundo tecnológico e fazer parte dele”, analisa.

Empreender na família

Victória Albuquerque, sócia-administradora da Agropar. (Foto: Arquivo pessoal)

Victória Albuquerque não planejou trabalhar na empresa da família, a Agropar, especializada na cultura de açaí no Ceará. Ao pegar gosto pelo agronegócio participando de feiras, decidiu liberar seu espírito empreendedor em casa. Ainda estudante de Administração, aos 23 anos, é sócia-administradora desde o início deste ano.

Sua maior inspiração foi a avó Ivete Gomes que, mesmo morando no interior, se formou em Pedagogia e criou duas escolas (em Paracaru e Paraipaba), graças à persistência e confiança de que daria certo. Suas referências são a dona da XP, Cristiana Junqueira, e Bianca Andrade, da Boca Rosa, um império do cosmético.

Otimista, acompanha o engajamento do público feminino ao mundo dos negócios, inclusive no agribusiness, e destaca a importância de se ter um mentor que, no caso dela, é o pai Alberto Félix, garantindo que consegue separar o sobrenome do CNPJ. Outra dica que dá é a persistência, aquela que a avó deixou como ensinamento. Entre os desafios, Victória quer contribuir para que o agronegócio no Ceará amplie sua representatividade no PIB através da tecnologia, como está fazendo na produção de açaí.

Galeria de craques (da esquerda para a direita, de cima para baixo):

Ana Paula Braun: Ex-ajudante de pedreiro, rompeu paradigmas tornando-se empresária de sucesso no Espírito Santo. Há mais de 10 anos, a nutricionista por formação já atendeu mais de 3 mil pacientes e lidera oito clínicas de estética (7 no ES e 1 em SP) com faturamento superior a R$ 25 milhões.

Barbara Aguiar: Criadora de um método revolucionário de combate a estrias, oferece um curso de extensão universitária reconhecido pelo MEC, já tendo habilitado mais de 300 empreendedoras no Brasil e em países como Estados Unidos, Austrália, Canadá, Portugal, Nova Zelândia e Suíça.

Carol Martineli: Alma criativa da Carol Coxinhas, a empreendedora transformou o amor pelo quitute em uma rede de franquias espalhada pelo Brasil. Atualmente, são 98 lojas operando ou em fase de implantação espalhados por 14 estados do país.

Cleusa Maria da Silva: Fundadora da Sodiê Doces, a ex-boia fria e empregada doméstica criou um império de bolos com 372 lojas no Brasil e duas unidades em Orlando (EUA) com receita de R$ 640 milhões em 2023.

Crisciane Rodrigues: A advogada, que preside o Comitê de Líderes do Grupo Hinode, é mentora e líder do Programa Pérolas, um projeto de sua autoria, que reúne mais de 460 mil mulheres pelo Brasil, voltado à capacitação e desenvolvimento da liderança feminina.

Gabryella Corrêa: O trauma de assédio em 2016 a levou a criar o Lady Dryver, transporte de aplicativo exclusivo para mulheres. Oferece a atividade profissional a todas as “mãetoristas” e mostra que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive no volante.

Marcela Martins: A advogada inovou ao criar tapiocas em formato de cone. Em 2017, em Manaus, começou a desenvolver a máquina, mas foi em Belo Horizonte que chegou ao protótipo e tornou a Konioca uma realidade com 12 lojas prestes a virarem 50.

Micarla Lins: Campeã de oratória, TEDX Speaker e primeira mulher juíza-chefe do campeonato mundial de debates em espanhol, a empreendedora usa sua voz para inspirar e capacitar outras mulheres.

Natalia Beauty: Influenciadora digital com mais de 11 milhões de seguidores, revolucionou o mercado global de “beauty”. O grupo presente ao redor do mundo é composto por clínica, filiados, universidade, shop, unidades próprias e instituto.

Nathalia Arcuri: Fundadora da Me Poupe!, maior canal de finanças pessoais do mundo no YouTube, atua desde 2015 para democratizar o acesso ao letramento financeiro em todo o Brasil.

Sara Koimbra: Astróloga, magista, numeróloga e cartomante, já fez mais de 30 mil atendimentos de tarô e mais de 15 mil interpretações de mapas astrais. Atua na orientação vocacional para adolescentes em busca da primeira profissão e na reinvenção profissional de adultos.

Telma Abrahão: Idealizadora da Educação Neuroconsciente, leva o conhecimento sobre a neurociência por trás do comportamento infantil para mães, pais e profissionais da saúde e da educação. Seus livros são vendidos em mais de 15 países.

Saiba mais:

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Ministério das Mulheres e Sebrae irão impulsionar empreendedorismo feminino no Brasil

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