A aprovação do projeto do Combustível do Futuro, na última quarta-feira (11), deve impactar a produção de biodiesel e a agricultura, especialmente no setor de soja. A nova legislação altera os percentuais de mistura de etanol na gasolina e biodiesel no diesel, além de incentivar o diesel verde e o combustível sustentável de aviação (SAF).
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A demanda brasileira por soja, principal insumo do biodiesel, deve aumentar significativamente. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o consumo de soja no país passará de 6 milhões de toneladas em 2024 para 11,1 milhões em 2030. O esmagamento de soja também crescerá, de 31 milhões para 55,8 milhões de toneladas no mesmo período.
A legislação estabelece que o percentual de etanol na gasolina será fixado em 27%, com possibilidade de ajuste entre 22% e 35% pelo Poder Executivo. Atualmente, a mistura pode variar de 18% a 27,5%. No caso do biodiesel, a mistura atual de 14% será aumentada em 1 ponto percentual ao ano a partir de 2025, chegando a 20% em 2030.
Nesse cenário, a produção de biodiesel no Brasil deverá mais que dobrar, de 8 bilhões de litros em 2024 para 16,9 bilhões em 2030, acompanhando o aumento da mistura e a demanda por combustíveis sustentáveis. O Brasil, já o maior produtor global de óleo de soja, deve atingir um novo recorde na safra 2024/25, com 169 milhões de toneladas de soja, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O projeto segue agora para sanção presidencial, sem expectativa de modificações. Ele também inclui metas de uso de SAF, com 1% em 2027 e 10% em 2037, e regulamenta a participação do diesel verde no mercado, com uma mistura mínima de até 3% ao ano. A proposta ainda cria regras para estocagem geológica de dióxido de carbono, autorizando empresas a injetar CO2 em reservatórios geológicos.
*Com informações do portal exame.
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