A busca por minerais críticos para a transição energética está gerando conflitos em novas áreas de exploração no Brasil. Um estudo do Grupo de Pesquisa e Extensão Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (Poemas), vinculado a universidades federais de Juiz de Fora (UFJF), Fluminense (UFF) e de Viçosa (UFV), mapeou violações de direitos em comunidades da Amazônia Legal, com destaque para pequenos proprietários rurais, trabalhadores e comunidades tradicionais.
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Entre 2020 e 2023, foram identificadas 348 ocorrências em 249 localidades, afetando 101 mil pessoas. Pequenos produtores rurais são 23,9% das vítimas, enquanto trabalhadores representam 12,1% e indígenas, 9,8%. A pesquisa destaca que estados como Pará e Minas Gerais concentram 66,7% dos conflitos devido à histórica relevância da mineração nessas regiões.
Os minerais críticos, como cobre, silício, lítio e bauxita, são essenciais para a produção de tecnologia de energia verde. No entanto, a expansão da exploração desses recursos gera impactos sociais. O estudo revela que a produção mineral cresceu 9,3% entre 2013 e 2022, mas a extração de minerais críticos teve alta de 39%. Os investimentos em pesquisa mineral aumentaram 240% no período.
Além disso, a australiana Pilbara Minerals, especializada na mineração de lítio, anunciou recentemente um investimento de R$ 2,2 bilhões em um projeto em Salinas (MG), no Vale do Jequitinhonha, exemplificando o avanço dos empreendimentos no setor.
Os pesquisadores alertam que os conflitos são mais frequentes em regiões com longa tradição mineradora, como Minas Gerais, onde a expansão de novas frentes, como a exploração de lítio, tem gerado disputas e violações de direitos.
A produção de minerais críticos ainda representa uma pequena parte do setor, dominado pelo minério de ferro, responsável por 61,8% da produção nacional no primeiro semestre de 2024. O estudo ressalta que o avanço da exploração desses minerais ocorre em um cenário de contínuos conflitos sociais e ambientais.
*Com informações do portal Agência Brasil.
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