O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, na última quarta-feira (18). É a primeira alta de juros no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, que critica o aumento das taxas. O último reajuste havia ocorrido em agosto de 2022.
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A decisão unânime do Copom contrasta com a tendência internacional. O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos (EUA) reduziu sua taxa de juros para o intervalo de 4,75% a 5%, e o Banco Central Europeu seguiu o mesmo caminho na semana passada.
O aumento da Selic já era esperado pelo mercado, devido à economia aquecida, ao bom desempenho do mercado de trabalho e à pressão inflacionária. O governo, em especial o presidente Lula, vinha pressionando por uma redução dos juros.
A meta de inflação para 2024 é de 3%, com tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos. No entanto, o Boletim Focus desta semana projeta uma inflação de 4,35% para este ano, a nona alta consecutiva nas estimativas. Para 2025, a previsão também subiu para 3,95%.
O Copom cita o cenário externo como desafiador e ressaltou a importância de uma política fiscal crível para ancorar expectativas e reduzir o risco dos ativos financeiros. A elevação dos juros é reflexo a resiliência da atividade econômica e das expectativas de inflação desancoradas.
A reunião do Copom também marcou a transição de comando no Banco Central. Gabriel Galípolo, indicado por Lula para assumir a presidência em 2025, participou da reunião ao lado do atual presidente, em um movimento inédito proporcionado pela lei de autonomia do BC.
*Com informações do portal IstoÉ Dinheiro.
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