Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,6% no trimestre encerrado em agosto, o menor nível desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), em 2012. O número reforça a força do mercado de trabalho, mas traz desafios econômicos, como o aumento da pressão inflacionária.
Quer receber os conteúdos da TrendsCE no seu smartphone?
Acesse o nosso Whatsapp e dê um oi para a gente
Com um total recorde de 102 milhões de trabalhadores empregados, o rendimento médio real subiu 5,1% em um ano, alcançando R$ 3.228. A massa salarial avançou 8,3% no mesmo período, contribuindo para a elevação do consumo. Economistas alertam que essa alta nos rendimentos pode intensificar a inflação.
Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda, destaca que o desemprego em patamares mínimos é uma notícia positiva. No entanto, traz um desafio econômico para um contexto de aquecimento da economia, horizonte de pressão inflacionária e juros em alta.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) também apontou um mercado aquecido, com a criação de 232 mil vagas formais em agosto. Esses números, somados ao crescimento da atividade econômica, são vistos como fatores que podem acelerar a alta dos preços, o que preocupa o Banco Central (BC).
Juros em alta
O BC destacou no seu Relatório Trimestral de Inflação que o processo de desinflação nos núcleos parou, apesar de uma política monetária contracionista. Com o mercado de trabalho apertado e o aumento das expectativas de inflação, os juros devem seguir elevados.
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou, na última semana, que três fatores motivaram o aumento dos juros, ocorrido em 18 de setembro: o mercado de trabalho apertado, a revisão para cima no ritmo de crescimento da economia e a piora das expectativas de inflação.
A recente alta nos rendimentos e o crescimento do consumo são pontos de atenção. O aumento da demanda interna pressiona os preços, e a inflação pode piorar com o aumento no custo da energia elétrica.
Desafio fiscal
Além da pressão inflacionária, especialistas reforçam a importância da política fiscal para conter os juros. O ajuste nas contas públicas é visto como essencial para coordenar as políticas monetária e fiscal, reduzindo a necessidade de aumentos nos juros.
A Fitch Ratings, porém, alertou que a política fiscal do Brasil não está acompanhando o desempenho econômico, e que os desafios devem crescer em 2024. O governo federal enfrenta a cobrança por uma gestão fiscal mais rígida para controlar a inflação e evitar impactos mais severos na economia.
*Com informações do portal IstoÉ Dinheiro.