As eleições de 5 de novembro nos Estados Unidos (EUA) podem gerar impactos econômicos na América Latina. A escolha entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump terá consequências diretas sobre o comércio, tarifas e políticas monetárias globais, afetando especialmente México e Brasil.
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Um segundo mandato de Trump pode intensificar a guerra comercial com a China, elevando tarifas sobre produtos chineses e mexicanos, com impactos negativos para o México. Por outro lado, o Brasil pode se beneficiar do aumento das exportações para a China, seu principal parceiro comercial. Sem reverter as tarifas impostas à China, o governo Biden manteve uma postura mais conciliadora. Sob Trump, essas tarifas podem subir para 60%, agravando as tensões comerciais.
Caso Harris vença, as políticas tarifárias dos EUA devem permanecer estáveis, o que poderia reduzir a volatilidade econômica na região, segundo a Reuters. No entanto, o México ainda enfrentaria desafios, como a revisão do o acordo comercial entre EUA, México e Canadá (USMCA) em 2026, que pode afetar suas exportações automotivas.
Com a revisão do acordo, produtos de fábricas chinesas no México poderiam perder o status de mercadorias mexicanas, com destaque para as regras de origem no setor automotivo. Trump sinalizou a possibilidade de impor tarifas de até 200% sobre veículos importados do México.
O banco de investimentos Lazard apontou que países sul-americanos como Chile e Argentina, com exportações menos substituíveis, podem escapar dos efeitos negativos de um governo Trump. Contudo, se Trump e seu companheiro de chapa, JD Vance, avançarem com propostas de tributar remessas, as economias da América Central seriam afetadas diretamente.
A continuidade sob Harris traria menor incerteza tarifária, favorecendo os mercados emergentes, enquanto a América do Sul poderia explorar oportunidades de expansão comercial com a China.
Euro pode cair até 10% do com tarifas de Trump
O Goldman Sachs informou nesta terça-feira (22) que o euro pode cair até 10%, alcançando menos de 1 dólar, caso Donald Trump vença a eleição presidencial dos EUA e implemente tarifas generalizadas e cortes de impostos. O impacto seria mais severo na Europa, parceiro comercial dos EUA e da China.
Segundo o banco, uma vitória republicana, com Trump conquistando a presidência e maioria no Congresso, pode levar a um aumento nas tarifas e cortes de impostos domésticos, estimulando a economia americana. Tarifas de 10% sobre todas as importações e de 20% sobre produtos chineses impulsionariam o dólar, enquanto o euro poderia cair de 8% a 10%.
Atualmente, o euro é cotado a US$ 1,08255, com alta de 0,10%. A última vez que a moeda europeia foi negociada abaixo de US$ 1 foi em novembro de 2022. Um cenário com tarifas restritas à China poderia reduzir o euro em cerca de 3%, enquanto uma vitória democrata tenderia a provocar uma leve queda do dólar.
*Com informações do portal Money Times.
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