Um estudo do Observatório do Clima (OC), divulgado nesta terça-feira (22), propõe medidas que podem reduzir em 80% as emissões anuais de gases de efeito estufa (GEE) no setor energético brasileiro até 2050. O levantamento sugere ações que permitiriam atender à demanda de energia com um crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,1% ao ano, garantindo a transição para uma economia de baixo carbono.
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Entre as medidas, estão a eliminação de subsídios aos combustíveis fósseis, a mudança no modelo de desenvolvimento energético e uma nova abordagem para a Petrobras. Se implementadas, essas ações poderiam reduzir as emissões do setor para 102 milhões de toneladas de CO₂ equivalente (CO₂e) até 2050, em comparação às 558 milhões de toneladas previstas sem essas iniciativas.
O estudo também destaca a necessidade de ampliar o uso de energias renováveis, como solar e eólica, além de desenvolver a indústria de hidrogênio verde e eletrificar o transporte público. Outro ponto é o fim da expansão da exploração de petróleo, como a proposta de novos poços na Foz do Amazonas.
Para o OC, a transformação da Petrobras em uma empresa focada em energias de baixo carbono é fundamental, com redução gradual da produção de petróleo. Além de promover uma economia mais sustentável, a transição permitiria superar a pobreza energética e tornar a produção de energia mais eficiente.
O relatório ainda alerta para os impactos socioambientais da transição, incluindo possíveis efeitos sobre terras de populações tradicionais e conflitos relacionados à mineração de metais estratégicos. O estudo sugere que as políticas de transição energética devem ser justas, com participação das comunidades afetadas e um forte arcabouço regulatório.
No transporte de passageiros, a substituição da gasolina por etanol e a eletrificação gradual da frota são recomendadas para reduzir emissões de 102 milhões para 16 milhões de toneladas de CO₂e. Já no transporte de cargas, a eletrificação enfrenta desafios maiores, como o alto custo de baterias para longas distâncias, o que pode atrasar a redução das emissões nesse setor.
O estudo do OC aponta que, além de reduzir as emissões, essas medidas podem tornar o Brasil a primeira grande economia a sequestrar mais carbono do que emite até 2045.
*Com informações do portal Agência Brasil.
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