Cada vez mais, o Big Data deixa sua marca em diferentes ramos de negócios, direcionando seus usuários para uma tomada de decisão mais assertiva porque se baseia em dados resultantes do comportamento do mercado, gerando soluções em produtos e serviços para todo o ecossistema empresarial.
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A previsão da Gartner, empresa mundial de pesquisa em tecnologia da informação, apurou que neste ano de 2024 os investimentos em tecnologia devem aumentar 8%, o que leva o segmento a representar mais de US$ 5 trilhões na economia global.
No Brasil, apesar da falta de cultura de mudanças e de questões éticas, o futuro do Big Data nas tomadas de decisões também tende a crescer impactando diversas áreas, desde negócios até saúde, educação e governança, numa caminhada sem volta.
Uma simples navegação por plataformas como Amazon, Netflix, Smart Cities e no agronegócio,por exemplo, cria-se padrões de preferências que geram dados analíticos, refinando o gosto individual de cada um e permitindo ao fornecedor, na próxima experiência, oferecer o produto esperado. “Aoenvolver a coleta, armazenamento, processamento e análise de dados em larga escala,o Big Data extrai informações úteis, padrões, tendências e insights que possam influenciar a tomada de decisões”, comenta Josney Rodrigues Lara (foto), diretor da InfoWorker Tecnologia, especializada em integração de sistemas que tem em sua carteira clientes como Boticário, Votorantim, Cocamar, Rumo, Brookfield e Malwee.
O Big Data promete precisão e eficiência, melhorando a tomada de decisões em todas essas áreas, com impacto na ponta do cliente. Josney Lara comenta que o Big Data melhora a experiência porque diagnostica problemas e ajusta soluções com base em sinalizações detalhadas. “As decisões são baseadas em fatos e não em suposições”, afirma o executivo.
O Big Data tambémtem papel fundamental na transformação de diversos setores ao permitir que organizações tomem decisões mais informadas e estratégicas. Nos negócios, oferece previsão de tendências e comportamentos, o que resulta em redução de custos e oferta personalizada; no marketing, permite a segmentação precisa para as campanhas direcionadas que podem ser otimizadas e oferece monitoramento da percepção de marca.
A medicina personalizada também usufrui do Big Data abrindo espaço para a antecipação de surtos, acompanhamento e tratamentos adaptados ao perfil individual. E nas finanças serve de mecanismo de avaliação mais precisa de riscos na oferta de crédito e na detecção de fraudes por via da identificação de atividades suspeitas em tempo real.
Seu poder alcança o mercado financeiro ao antecipar as oscilações e tendências. “O setor público também pode ter no Big Data um aliado para formular suas políticas baseadas em dados”, alerta o diretor da InfoWorker, citando a prevenção de crimes como exemplo, assim como a melhoria dos serviços a partir da otimização de recursos para melhor atendimento.
A par das oportunidades, o Big Datatambém enfrenta desafios, a começar pela baixa qualidade dos dados, incompletos e imprecisos, originados de diferentes fontes, sem integração e pelo elevado custo de implementação. Para ser viabilizada, a tecnologia requer infraestruturas robustas capazes de suportar o grande volume de informações. Para isso, a solução apontada pela InfoWorker é o uso de tecnologias escaláveis, como Hadoop e nuvem.
Outro obstáculo é o risco de vazamento de dados e necessidade de conformidade com leis como LGPD. A saída, neste caso, seria a criptografia e controles de acesso.
A falta de profissionais especializados e a resistência às mudanças são outras dificuldades apontadas. “Antes de tudo é preciso investir na criação de uma cultura de dados na empresa e na capacitação de talentos”, comenta.
As implicações éticas do Big Data são diversas e complexas, envolvendo privacidade, consentimento, discriminação e responsabilidade. Para Josney Rodrigues Lara, essas questões exigem uma abordagem crítica e regulatória para equilibrar os benefícios do Big Data com a proteção dos direitos individuais e a promoção da justiça social. Entre outras reflexões, ele entende que “o controle de dados tende a se concentrar em grandes corporações e governos, criando desequilíbrios de poder”.
Para o CEO da AgnosticsData, Eduardo Conesa (foto), o futuro do Big Data na tomada de decisão está totalmente ligado ao avanço de tecnologias como machine learning e inteligência artificial, que estão sendo popularizadas e massificadas. Ele entende que a Internet das Coisas vai aumentar demais a conectividade, o que tornará o Big Data cada vez maior, notadamente na saúde, transporte, educação e na indústria.
A seu ver, o Brasil está ingressando num período de democratização de informações, permitindo o acesso a empresas de diversos portes. Ainda há resistências, mas ele garante que o caminho não tem volta, prevendo que a baixa cultura de dados passará primeiro pela curiosidade, depois pela descoberta até chegar à tomada de decisões orientadas a dados. “Mais do que uma vantagem competitiva, no máximo em cinco anos, o Big Data será uma premissa para empresas que queiram se manter relevantes no mercado”, afirma Eduardo Conesa.
“Quando a gente fala de ambiente de alta competitividade, a gente está falando de ambientes altamente transacionais que cruzam e compilam dados de forma ágil”, comenta ele, citando, entre outros, o mercado financeiro que já utilizava dados em suas decisões há mais tempo e que agora enriqueceu a forma de análise e previsões.
Ele também aponta um campo largo de aplicações do Big Data no setor público. É o caso das smart cities na otimização de consumo de energia, no gerenciamento de tráfego, na melhoria da segurança pública e na gestão de recursos. Privada ou pública, a aplicação da tecnologia do Big Data precisa estar diretamente conectada com a regulamentação de privacidade de dados pessoais. “Os modelos de Big Data podem perpetuar desigualdades e discriminações inconsistentes, o que exige supervisão constante e governança clara. Não basta registrar que a regra é esta e apertar um botão”, alerta.
Para o empresário Cristiano Lins (foto), CEO da Prolins, o futuro do Big Data nas tomadas de decisões passa pelo aumento da automação de processos decisórios que se tornará cada vez mais comum. “Com sistemas autônomos e análises em tempo real, será cada vez mais possível às empresas anteverem tendências e comportamentos com maior precisão”, acredita ele.
A par de todos os benefícios desta plataforma, será necessário, segundo ele, fortalecer a formação e a capacitação de profissionais em ciência de dados. Com isso, será ampliado o acesso da equipe às ferramentas de análise, o que a torna apta a tomar decisões baseadas em informações. Na área social, Cristiano Lins prevê que o Big Data será cada vez mais utilizado para resolver problemas sociais, como saúde pública e educação, impulsionando iniciativas de impacto positivo.
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