A crise de saúde mental entre produtores rurais, um problema crescente em diversos países, destaca os desafios específicos do setor agrícola. No Brasil, a discussão sobre a saúde mental de agricultores ainda enfrenta resistência e carece de atenção, em um contexto de ritmo intenso de trabalho e pressões financeiras, climáticas e sociais. A falta de acesso a recursos de saúde mental em áreas rurais também agrava o problema.
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Entre os fatores que mais afetam a saúde mental dos trabalhadores do campo estão incertezas climáticas, isolamento social e pressão financeira, agravados pela escassez de serviços de apoio em regiões rurais. Em países como Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, o estigma ainda inibe a busca por ajuda, apesar de programas de suporte específicos para o setor.
Nos EUA, o endividamento, a volatilidade dos preços das commodities e o isolamento rural elevam o estresse psicológico, enquanto custos altos e a falta de serviços disponíveis em áreas remotas são barreiras adicionais. O Centro de Informações sobre Saúde Rural (Rural Health Information Hub), que é apoiado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), relata que a pandemia intensificou a demanda por serviços, levando a iniciativas de apoio pelo Cornell Small Farms Program.
Na Austrália, produtores lidam com políticas públicas insuficientes e baixa valorização social, fatores que elevam o impacto sobre o bem-estar. O Relatório Nacional de Bem-Estar do Agricultor, encomendado pela cooperativa de laticínios Norco em parceria com a Federação Nacional de Agricultores, mostrou que 45% dos agricultores australianos enfrentam depressão e 64% relatam ansiedade.
No Reino Unido, os agricultores enfrentam os impactos do Brexit nas políticas agrícolas, o que reduz a rentabilidade das propriedades e adiciona pressões sobre os trabalhadores rurais. Uma pesquisa da Farmer and Rural Perceptions of Mental revelou que 36% dos adultos em áreas rurais atribuem às pressões financeiras à busca de apoio mental, embora fatores como custo (66%), acessibilidade (56%) e estigma (51%) limitem o acesso ao tratamento.
O cenário reforça a necessidade de políticas públicas que integrem suporte psicológico, recursos comunitários e ações específicas para o setor agrícola, abordando um problema complexo que atravessa fronteiras e reflete as pressões e o isolamento próprios do trabalho rural.
*Com informações do portal Forbes.
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