O presidente Emmanuel Macron afirmou que a França não está isolada em sua oposição ao atual formato do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Ele defendeu a revisão das condições negociadas desde 1999, que, segundo ele, estão desatualizadas. Macron sugeriu repensar as relações com o Mercosul, especialmente com o Brasil, considerando a possível falta de interesse da Argentina em um novo marco regional.
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A França, que conta com o apoio da Itália, insiste na proteção de seu setor agrícola e na restrição à importação de produtos que não respeitam normas ambientais e sanitárias europeias. O país ameaça bloquear o acordo caso a Comissão Europeia avance sem seu aval. Para isso, precisaria formar uma “minoria de bloqueio” com outros Estados-membros.
A Comissão Europeia, com apoio de países como Alemanha e Espanha, pretende finalizar o tratado ainda este ano, mas enfrenta resistência liderada pela França e pressões de grupos agrícolas.
Agricultores franceses realizaram protestos em diversas regiões do país contra o acordo UE-Mercosul, argumentando que ele aumentaria a concorrência desleal de produtos agrícolas brasileiros e argentinos, como carne bovina e frango. Eles também criticam o uso de práticas proibidas na Europa, como pesticidas e antibióticos em rebanhos.
As manifestações, que devem continuar até dezembro, incluem bloqueios em rodovias e atos em frente a prédios governamentais. Representantes do setor afirmam que a crise agrícola se agravou devido a importações ucranianas e a problemas climáticos, além do atraso na implementação de políticas de apoio ao setor.
A insatisfação no setor agrícola francês reflete dificuldades enfrentadas desde o início do ano, incluindo importações baratas, regulações rígidas e perdas com más condições climáticas. Além disso, surtos de doenças no gado e atrasos em medidas governamentais aumentaram a pressão sobre os produtores.
Apesar da oposição pública do presidente Macron ao acordo, a França enfrenta desafios para obter apoio de outros países da UE e atender às demandas do setor agrícola. Autoridades trabalham para reduzir tensões, mas ainda não há consenso sobre soluções concretas.
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