A União Europeia (UE) e o Mercosul finalizaram nesta sexta-feira (6) um acordo de livre comércio após mais de 20 anos de negociações e cinco anos de ajustes, informou a Comissão Europeia. Chamado de “Parceria Mercosul-União Europeia”, o acordo agora será preparado para assinatura, mas enfrenta oposição na Europa, especialmente de França e Itália.
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O tratado estabelece uma das maiores áreas de livre comércio bilaterais, abrangendo cerca de 718 milhões de pessoas e economias que somam aproximadamente US$ 22 trilhões. Segundo o governo brasileiro, este é o maior acordo comercial já firmado pelo Mercosul.
Apesar do avanço, o processo de ratificação será desafiador. Divergências internas na União Europeia, especialmente em relação a questões ambientais e agrícolas, podem dificultar a aprovação do acordo. A França lidera a oposição ao acordo na Europa, classificando-o como inaceitável, enquanto países como Itália e Polônia também expressaram resistência. A aprovação exige o apoio de 15 dos 27 países da UE, representando 65% da população, além de uma maioria simples no Parlamento Europeu.
Agricultores e ambientalistas europeus têm se manifestado contra o pacto, argumentando que ele facilita a importação de commodities sul-americanas, como carne bovina, com padrões de segurança alimentar e ambientais considerados inadequados. A organização Friends of the Earth critica o impacto climático do acordo.
Apesar das divergências, Alemanha e Espanha destacam a importância do pacto para diversificar o comércio europeu, reduzindo a dependência de mercados como o russo e o chinês. O Mercosul é visto como um potencial fornecedor de minerais essenciais, como o lítio, além de um mercado para produtos industriais europeus.
O acordo também pode beneficiar exportadores agrícolas da UE, ao ampliar o acesso para produtos como queijos, presunto e vinho. Negociadores sul-americanos acreditam que a aprovação será alcançada, apesar das barreiras levantadas por membros da UE.
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