O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro deve crescer 5% em 2025, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O avanço será impulsionado pela produção primária agrícola, com destaque para os grãos, além do crescimento da indústria de insumos e da agroindústria exportadora.
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Em 2024, o agronegócio registrou expansão de 2%, apesar das condições climáticas adversas, como seca prolongada e chuvas intensas no Rio Grande do Sul (RS).
A recuperação da safra agrícola também deve desacelerar os preços dos alimentos, cuja alta prevista para 2025 é de 5,75%, menor que os 8,49% registrados em 2024. A CNA projeta um IPCA de 4,59% no próximo ano, acima do teto da meta de inflação de 4,5%. A entidade também destacou que o consumo interno foi impulsionado pelo crescimento de 3,4% do PIB brasileiro e pela queda da taxa de desemprego de 7,9% para 6%.
Em 2024, a produção de grãos totalizou 298 milhões de toneladas, abaixo da previsão inicial de 320 milhões. A safra de soja caiu 5%, o milho recuou 12% e a cana-de-açúcar teve retração de 8%. Apesar disso, o abate de bovinos aumentou, alcançando 38 milhões de cabeças, um crescimento de 12% em relação a 2023. No mercado externo, as exportações de carne subiram 25% em valor e 30% em volume, contribuindo para a recuperação do setor no último trimestre.
Para 2025, a produção de grãos deve crescer 8,2%, alcançando 322 milhões de toneladas, com expectativa de preços ainda baixos para as commodities, à exceção das carnes, que podem registrar retração de 3% devido à retenção de fêmeas. No entanto, barreiras comerciais, como a nova lei de desmatamento da União Europeia e os subsídios agrícolas europeus, representam desafios para os produtores brasileiros.
A CNA também alertou sobre o impacto de tensões geopolíticas, como a guerra no Oriente Médio, que aumentam custos logísticos e fretes marítimos. Internamente, a inflação acima da meta e possíveis altas na taxa Selic podem dificultar o acesso ao crédito agrícola, especialmente em regiões afetadas por problemas climáticos, como o Rio Grande do Sul. A entidade defende a ampliação do seguro rural, atualmente com orçamento de R$ 1,7 bilhão, para R$ 4 bilhões.
Mesmo diante das adversidades, a CNA destacou o aumento de 10,5% nas importações de fertilizantes e de 7% na suplementação para gado de corte em 2024. A entidade reforça o papel do agronegócio como motor do desenvolvimento econômico e social do Brasil, contribuindo para a resiliência do setor.
*Com informações do portal Forbes.
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