O café arábica alcançou US$ 3,48 (R$ 20,94) por libra esta semana, o maior valor desde 1977, segundo a CNBC. O aumento de 70% no acumulado do ano é resultado da combinação de eventos climáticos extremos e dependência de regiões limitadas para a produção global.
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No Brasil, maior produtor mundial, a produção enfrenta desafios severos. Entre agosto e setembro, o país registrou a pior seca em 70 anos, seguida por chuvas intensas em outubro, que comprometeram a safra 2024/2025. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a produção brasileira deve atingir 66,4 milhões de sacas de 60 kg, 5,8% abaixo da previsão anterior.
O mercado global é vulnerável devido à concentração da produção em países tropicais como Brasil, Vietnã, Colômbia e Etiópia, que somam 56% da oferta mundial. No Brasil, esta é a quinta safra consecutiva afetada por eventos climáticos extremos, dificultando o crescimento sustentável das plantações, segundo o Rabobank.
A demanda global segue em alta, especialmente em mercados emergentes como a China. O café robusta, usado em cafés instantâneos e blends, também registra preços recordes. Analistas da Capital Economics indicam que a normalização dos preços depende do aumento da produção e recomposição dos estoques, um processo que pode levar anos.
Fabricantes como a Nestlé já repassam custos aos consumidores com aumento de preços e embalagens menores. Outras marcas líderes no mercado ainda não se posicionaram publicamente sobre os impactos.
Especialistas alertam que os preços do café devem continuar subindo no curto prazo. A crise climática e o aumento da demanda global desafiam a sustentabilidade do mercado, exigindo soluções para mitigar os riscos e manter a cadeia produtiva resiliente.
*Com informações do portal exame.