novas tecnologias

Para especialista, contratar mão de obra é mais caro e muitas dessas novas tecnologias podem realizar tarefa repetitivas. (Foto: Envato Elements)

Novas tecnologias: sinônimo de sobrevivência e crescimento para os pequenos negócios

Por: Pádua Martins | Em:
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As empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes, que buscam eliminar processos manuais e demorados, necessitam, diante da velocidade das mudanças, sociais e do próprio mercado, enveredarem nas novas tecnologias e no processo de transformação digital. Assim, vão conseguir aumento da produtividade nos negócios diante de um mercado cada vez mais exigente, veloz e tecnológico.


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Para Cristiano Lins (foto), CEO da Prolins Software House e Outsourcing, a incorporação de tecnologias é fundamental para a sobrevivência e o crescimento dos pequenos negócios em um mercado cada vez mais digital. O uso de ferramentas tecnológicas permite a automação de processos, redução de custos operacionais, aumento da eficiência e alcance de novos mercados, principalmente através de plataformas online.

Como consequência – observa –, as empresas que adotam tecnologias têm maior chance de competir em igualdade com empresas maiores, enquanto aquelas que resistem à digitalização correm o risco de ficar obsoletas. No Ceará e no Brasil, o uso de tecnologias por pequenos negócios tem crescido nos últimos anos, especialmente com a digitalização impulsionada pela pandemia de Covid-19.

“Muitos empreendedores têm aderido a ferramentas de gestão financeira, plataformas de e-commerce, sistemas de automação e marketing digital para otimizar processos e aumentar a competitividade. No entanto, o ritmo de adoção ainda é desigual, dependendo da localização, do setor de atuação e do nível de conhecimento dos empresários sobre as soluções tecnológicas disponíveis.”

Cristiano Lins, CEO da Prolins Software House e Outsourcing

Sobre quais setores dos pequenos negócios usam mais tecnologias, o empresário é taxativo: comércio e serviços são os que mais adotam tecnologias, especialmente para vendas online, gestão financeira e atendimento ao cliente. No Ceará, setores como turismo, alimentação (restaurantes e delivery), moda (e-commerce de roupas) e tecnologia da informação têm se destacado.

Já no Brasil como um todo, setores como educação (cursos online) e saúde (clínicas e telemedicina) também têm investido significativamente em tecnologia. “Com a adoção crescente de tecnologias, os pequenos negócios têm uma grande oportunidade de se posicionar de forma mais competitiva no mercado, mas o sucesso depende de superar desafios estruturais e culturais” – ressalta.

Cristiano Lins afirma que os principais benefícios do uso de tecnologias incluem: Maior eficiência operacional, com processos automatizados e otimizados; Redução de custos, com sistemas que eliminam tarefas repetitivas; Melhoria no atendimento ao cliente, com suporte mais rápido e personalizado; Expansão de mercado, alcançando clientes regionais, nacionais e até internacionais; e Competitividade aumentada, equiparando-se a negócios maiores.

Dentre as principais tendências tecnológicas voltadas para os pequenos negócios, Cristiano Lins enumera cinco:

1- Soluções de E-commerce: Plataformas como Shopify, Wix e Mercado Livre permitem que pequenos negócios vendam produtos e serviços online;

2- Marketing Digital: Ferramentas como Google Ads, redes sociais e automação de e-mail marketing têm ajudado pequenos empresários a alcançar públicos específicos;

3 – Pagamentos Digitais: A popularização de carteiras digitais, PIX e terminais de pagamento móveis facilita transações rápidas e seguras;

4 – Software de Gestão: Sistemas ERP e CRMs acessíveis e personalizáveis ajudam na organização de vendas, estoques e relacionamento com clientes;

5 – Inteligência Artificial e Automação: Bots de atendimento e análises preditivas estão sendo implementados por empresas que buscam melhorar o suporte ao cliente e a tomada de decisão.

Para concluir, Cristiano Lins chama a atenção para os desafios a serem vencidos para implementação de tecnologias por parte dos pequenos empresários, como, por exemplo, o baixo acesso a recursos financeiros para investir em tecnologia; a falta de conhecimento ou capacitação sobre ferramentas digitais; a resistência cultural à mudança, especialmente entre empreendedores mais tradicionais; a conectividade limitada, principalmente em áreas rurais ou periféricas, e dificuldade na escolha de soluções adequadas, devido à variedade de opções no mercado.

Contratar mão de obra é investimento mais elevado

Miguel Ângelo Barroso Andrade (foto), especialista em inteligência artificial e transformação digital, entende que a tecnologia é de extrema importância, principalmente para as micros e pequenas empresas no Brasil. E explica: contratar mão de obra é muito caro e muitas dessas novas tecnologias, principalmente as que usam inteligência artificial, são muito baratas e podem substituir várias pessoas em tarefa repetitivas.

Miguel Andrade chama a atenção para o fato de que, neste momento, a principal porta de entrada das empresas pequenas e médias no mundo da tecnologia não é, necessariamente, a inteligência artificial e sim alguns softwares, chamados SaaS. O acesso – informa – é por um preço barato, muito embora seja um software extremamente poderoso. Paga-se um uma pequena parcela mensal, podendo atender, de forma geral, alguns processos da empresa, não sendo necessário ter computadores de grande porte, capacidade de armazenamento, capacidade de processamento de dados.

“Os SaaS são todos em nuvem, funcionam na internet e você não precisa ter, necessariamente, grandes computadores ou grande capacidade de armazenagem. Então, eles têm custo baixo, atendem a diversas áreas da sua empresa, ou seja, trazem grandes benefícios para as pequenas e médias empresas a um custo muito baixo.”

Miguel Andrade, especialista em inteligência artificial

Ele garante que o grande desafio das pequenas e médias empresas é saber onde aplicar a tecnologia ou inteligência artificial ou transformação digital dentro da empresa. Para ele, geralmente as pequenas e médias empresas não tem os seus processos, os seus fluxos de trabalho muito bem detalhados e é através do estudo desses processos e desses fluxos de trabalho que é possível definir exatamente e qual a melhor forma de implantar as novas tecnologias, a transformação digital ou a inteligência artificial dentro das empresas. É fazer o investimento com o melhor retorno possível.

Tecnologia está cada vez mais presente

De acordo com pesquisa realizada pelo Slack em 2023, o uso da tecnologia está cada vez mais presente nas empresas, sobretudo após a explosão da IA, em 2022. No entanto, o estudo revela que alguns empreendedores, seja no Brasil ou no exterior, ainda se sentem inseguros para investir nessas ferramentas. A pesquisa envolveu dois mil proprietários de pequenas empresas nos Estados Unidos, de acordo com matéria divulgada pelo e-Commerce Brasil, com base na referida pesquisa.

A levantamento mostra que, comparado a 2023, 38% dos proprietários de pequenas empresas estavam mais preocupados com a saúde de seus negócios em 2024, e 40% acreditavam ser 2024 decisivo para o sucesso ou fracasso de suas empresas. Ao serem questionados sobre como planejam enfrentar 2025 da maneira mais eficiente e bem-sucedida possível, os entrevistados veem a tecnologia como parte fundamental de um ano de sucesso.

A atualização tecnológica para atrair novos clientes e maximizar a eficiência foi apontada como de fundamental importância para os empresários.Para manter suas portas abertas, 74% dos líderes de pequenas empresas estavam tomando medidas rápidas para aliviar suas preocupações econômicas, com 51% expandindo os esforços de marketing para atrair novos clientes e 45% reservando dinheiro para uso em emergências. Para aumentar a produtividade e a eficiência, 43% estavam explorando novas tecnologias.

De acordo com o e-Commerce Brasil, se os anos anteriores servirem como indicativo, essa última tática se mostrará um investimento sábio: em 2023, 41% dos proprietários de pequenas empresas disseram que adotaram novas tecnologias de produtividade e colaboração,e 70% reconheceram seu valor na comunicação com os clientes. É provável que essa adição tenha apoiado os 47% dos entrevistados que conquistaram novos clientes em 2023.

Este ano, 60% dos proprietários de pequenas empresas esperavam aumentar seus orçamentos, sendo que 50% alocariam esse dinheiro para tecnologia e infraestrutura. Na verdade, 35% estavam animados para adotar novas tecnologias ou atualizar a tecnologia de seus negócios em 2024 – e, desses, 49% planejavam introduzir novas ferramentas de produtividade e colaboração, além de outros softwares (53%).

O maior desafio enfrentado por muitos líderes de pequenas empresas é não ter tempo, dinheiro e energia suficientes – o que os leva a buscar na tecnologia uma forma de maximizar a eficiência com recursos limitados. Dos entrevistados, 24% ainda não usavam inteligência artificial (IA), mas planejavam incorporá-la em 2024:

48% planejam usar IA para otimizar marketing e vendas;
45% usarão IA para análise e insights de dados;
43% implementarão IA no atendimento e suporte ao cliente;
32% utilizarão IA para ajudar na gestão financeira;
24% usarão IA para recursos humanos e recrutamento.

Especialmente para pequenas empresas, a IA oferece uma maneira econômica e de baixo risco de melhorar processos, preservando o toque humano pelo qual são conhecidas. Por exemplo, 47% acreditavam que a IA poderia ajudá-los a obter melhores análises e insights de dados, o que permitiriam que eles atendessem melhor seus clientes.

41% reconheceram o valor da IA para o atendimento e suporte ao cliente, que pode incluir desde o tempo de resposta até a qualidade dessas respostas. No geral, 35% acreditavam que a comunicação e a produtividade em geral poderiam receber um impulso da IA, e 31% achavam que ela servirá para melhorar os processos internos.

74% das MPMEs brasileiras usam IA no Brasil, revela pesquisa

Estudo encomendado pela Microsoft para a Edelman Comunicação, divulgada em março de 2024, constata que as MPMEs estavam vivendo as transformações digitais e qual papel a IA está desempenhando em seus negócios: 74% das entrevistadas garantiram que estão usando a IA sempre ou muitas vezes, sendo que 90% delas buscam adotar essa tecnologia atualmente.O levantamento anual está em sua 4ª edição e, este ano, lançou o olhar para IA buscando tendências, desafios e oportunidades desse universo em constante evolução.

Os dados da pesquisa confirmaram a IA como a grande tendência em tecnologia do momento, independentemente do tamanho da empresa. 59% das MPMEs afirmaram ter avançado na adoção da tecnologia, resultado que é maior em empresas do ramo de tecnologia, como as de telecomunicações, que se destacaram neste indicador, com 85% respondendo que progrediram “bastante” ou “muito” na adoção de IA. 

Já quando a comparação é entre as empresas que são “nativas digitais” e “não nativas digitais”, o uso de IA foi ainda maior: 84% das nativas digitais afirmaram que já estão usando a tecnologia.Nesta comparação, 78% dos líderes das empresas nativas digitais disseram que têm a inteligência artificial como prioridade na empresa, contra 53% das não nativas digitais.

A pesquisa encomendada da Microsoft também mostrou que 47% das empresas disseram que estão investindo em IA, resultado bem superior ao de 2022: 27%. Em 2023, a inteligência artificial perdeu apenas para as tecnologias de armazenamento de nuvem, que recebeu investimento de 56% das MPMEs, contra 45% do ano anterior. Em 2023 subiu para 74% o número de MPMEs que passaram a usar inteligência artificial, contra 61% no ano anterior. Já entre os que, no momento, ainda não investem em IA, 19% disseram que pretendiam começar a investir em 2024.

O levantamento também concluiu que, em 2023, subiu para 74% o número de MPMEs que passaram a usar inteligência artificial, contra 61% no ano anterior. Já entre os que ainda não investiram em IA, 19% disseram que pretendiam começar a investir em 2024. No geral, 89% dos líderes e 78% dos funcionários estavam otimistas e veem um impacto positivo da IA nos negócios e no seu trabalho.

84% das empresas estavam incentivando os funcionários a usarem IA. Para quase metade das empresas (47%) a aquisição e adoção de tecnologias era uma prioridade quando se trata de inteligência artificial, enquanto 40% também buscavam desenvolvimento de soluções próprias e a otimização de dados para inteligência comercial. 

A pesquisa de 2023, que tem como título “IA em micro, pequenas e médias empresas: tendências, desafios e oportunidades”, realizou 300 entrevistas online, por meio do site Offerwise, com autodeclarados líderes de MPMEs em dezembro de 2023, sendo 38% com cargos de donos(as) ou sócios(as) da empresa, 34% gerentes, 16% diretores e 12% vice-presidentes (12%). A área de trabalho do respondente é variada, prevalecendo Administração (25%) e Tecnologia e Comunicações (20%).

A maioria dos entrevistados foi mulheres (53%) e correspondiam principalmente à faixa entre 25 e 44 anos de idade. São Paulo se destacou como o Estado onde havia a maior concentração de centros de operação com 99 respostas, seguido por Rio de Janeiro, com 40, Minas Gerais (27), Bahia (22) e Paraná (18).

Governo pretende investir R$ 2,037 bi no desenvolvimento de novas tecnologias

Em janeiro deste ano, o Governo Federal anunciou a nova plataforma do programa Brasil Mais Produtivo, que tem por objetivo fazer com que as empresas interessadas aumentem a produção de forma mais rápida e eficiente, tornando-se competitivas no mercado por meio da transformação tecnológica e eficiência energética. O programa previa investimentos, este ano, de R$ 2,037 bilhões para o desenvolvimento de novas tecnologias digitais.

O valor é operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além do banco público, são parceiros da inciativa o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Empresa Brasileira de Inovação Industrial (Embrapii).

O próprio governo estimava que a expectativa era de que 200 mil empresas se inscreveriam na plataforma, que ofertava cursos, materiais e ferramentas sobre produtividade e transformação digital. Mais de 93 mil micros, pequenas e médias empresas iriam receber atendimento direto com orientações e acompanhamento presencial contínuo até 2027.

O Brasil Mais Produtivo leva inovação às micro e pequenas empresas com o acompanhamento de um Agente Local de Inovação, que aplica uma metodologia ágil para solucionar problemas e otimizar processos. Além disso, essa jornada é complementada com consultorias e soluções do Sebrae, de acordo com as necessidades identificadas durante o processo.

O programa contribui para que as empresas identifiquem os problemas e implementem soluções inovadoras, aumentando o faturamento, reduzindo custos e dando os primeiros passos na transformação digital de seus negócios. Para participar do Brasil Mais Produtivo é preciso ser dono de micro ou pequena empresa dos setores de comércio, serviço ou indústria. O programa possui duas frentes: Produtividade e Transformação Digital.

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