“Está na hora de tratarmos os empresários como aliados do desenvolvimento nacional. Não há crescimento sustentável sem empresas fortes, competitivas e saudáveis”. (Foto: Acervo pessoal)
O empresário brasileiro, coitado, é um verdadeiro mágico, malabarista e sofredor. Ele precisa ser extremamente inteligente para sobreviver em um sistema que impõe uma das maiores cargas de impostos e encargos sociais do mundo.
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Estou há 42 anos organizando empresas e trabalhando lado a lado com donos de negócios, analisando margens de contribuição e tentando entender como esses “heróis” conseguem manter suas empresas rentáveis e lucrativas. Ainda assim, o Brasil insiste em tratá-los como vilões, esquecendo que são justamente esses empresários que geram empregos, impulsionam o consumo e fazem a economia girar com suas visões de oportunidade.
O dia em que a política econômica brasileira tiver a coragem e a consciência de reduzir a carga tributária e os encargos sociais, nosso país terá um dos maiores crescimentos mundiais. É simples: as empresas precisam de mão de obra, mas muitas não contratam porque o custo é exorbitante. Chegamos ao ponto de dobrar o valor do salário com encargos trabalhistas, o que força o empresário a operar no limite do quadro de funcionários. Se houvesse uma redução nos encargos, poderíamos gerar mais empregos e fortalecer o consumo sustentável.
Nas eleições, a promessa de reforma tributária aparece como um mantra. Mas, ao assumir o poder, os governantes rapidamente esquecem essa necessidade vital. Com isso, muitas empresas são forçadas a encerrar suas atividades, incapazes de suportar a pressão tributária, os encargos sociais abusivos e a constante perseguição fiscal.
Hoje, grande parte das empresas brasileiras estão endividadas com impostos e encargos, e muitas vezes o resultado disso é o fechamento das portas. Com isso, trabalhadores são demitidos, o giro financeiro diminui e o impacto é devastador para toda a cadeia econômica. Não raro, o empresário termina o ciclo com o nome negativado, mesmo depois de anos lutando para empreender e gerar riqueza.
Está na hora de tratarmos os empresários como aliados do desenvolvimento nacional. Não há crescimento sustentável sem empresas fortes, competitivas e saudáveis.
*Kleber Leite é empresário e consultor organizacional com 42 anos de experiência.
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