Começar dieta. Buscar uma academia. Aprender um idioma. Ler mais. Visitar mais a família. Viajar mais. Crescer profissionalmente. As promessas são muitas, como são muitos os planos não realizados gerando frustração e novos compromissos para o próximo ano. A palavra-chave é planejamento. E o desafio atende pelo nome de foco e comprometimento, passo a passo.
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Aplicado até há pouco somente no mundo corporativo, o planejamento estratégico direciona, de maneira eficiente, os esforços e recursos nas empresas e na vida pessoal. Na prática, significa ter mais clareza em relação aos objetivos propostos, facilitando a tomada de decisão no curto, médio e longo prazos. Para isso, é necessário estabelecer metas factíveis, graduais e sustentáveis.
Para Adriana Bezerra do Carmo (foto), fundadora da Flow Desenvolvimento Integral,“planejar é um ato intencional que nos obriga a analisar onde e como estamos e onde queremos estar. É um mergulho no autoconhecimento, individual ou organizacional”. Ela recomenda que a vida e a carreira sejam planejadas de maneira focada no que realmente é relevante.
Como psicóloga, educadora, mentora, consultora e conselheira em projetos de desenvolvimento integral, ela diz que parar de forma consciente e intencional, avaliar o que passou e focar no novo que se deseja ver nascer são três grandes benefícios de um planejamento estratégico, pessoal ou corporativo.
Ao contrário, o comum é ver pessoas se empolgarem e definirem muitos objetivos, pois as resoluções de ano novo parecem ser, simbolicamente, um momento onde tudo é possível realizar, o que não é real. “É desafiador mudar a rotina, principalmente dos hábitos”, assegura.
Para ilustrar, ela usa os hábitos alimentares. Ao se propor comer coisas mais naturais, descascando mais do que desembalando, não basta ir ao supermercado. A mudança começa na preparação do alimento, porções e horários. Trata-se do desdobramento do objetivo em pequenas partes. “Nas empresas ocorre a mesma coisa. Empolgadas, as pessoas acham que vão resolver todos os problemas e perdem os poucos pontos vitais”, observa Adriana para quem, neste caso, menos é mais.
Uma vez estabelecidas as metas e definidos os planos de ações realistas, a atenção e energia são canalizadas para o foco da atenção, o que facilita a ação. “Neste momento se estabelece um ciclo virtuoso, pois uma vez alcançada uma meta, mais energia é gerada com mais motivos para agir”, afirma ela.
É científico. A energia gerada com o alcance da meta aciona a produção de dopamina, que é o neurotransmissor, gerando a sensação de prazer e satisfação, que pode ser associada à sensação de dever cumprido.
Específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais, qualquer que seja a meta precisa ser claramente definida, o que a diferencia de um objetivo que define a direção. Para Adriana Bezerra, uma empresa que estabelece o objetivo de “expandir a área de atuação”, define o rumo e a direção que deseja seguir no ano. Este objetivo, entretanto, precisa ser transformado em uma meta mensurável, com prazos claros para cada etapa. Se não for específico, relevante e factível não haverá energia para ser alcançado, como definido no conceito SMART.
Adriana alerta que é comum as empresas estabelecerem uma Visão de Futuro com prazo mais longo para ser alcançada. Porém, as organizações são organismos vivos e o mercado é dinâmico, o que faz com que seja interessante estabelecer uma estratégia anual que dará sentido ao cumprimento da visão e de onde serão desdobrados os objetivos estratégicos do ano.
Para Darli Baião (foto), professora de Psicologia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e com atuação na área de Gestão e Saúde do Trabalhador, as metas graduais são como escadas que se alcança degrau a degrau. E a sustentáveis são as que podem ser mantidas ao longo do tempo. “Atualmente no mercado trabalhamos com a ideia de projetos, que representam as metas fragmentadas em pequenas partes a longo prazo que, com maior foco, são atingidas, permitindo que se conheça os nossos limites, forças e fragilidades”, diz ela.
Entre as técnicas para o alcance dos objetivos traçados, a professora Darli cita a metodologia SWOT, que ajuda a fragmentar as metas para torná-las factíveis. Sua sugestão, que se aplica a pessoas jurídicas e físicas, é separar o que é realmente importante do que é urgente.
Em geral, as falhas acontecem justamente porque reforça a preocupação no urgente e deixa de lado o importante. “Planejamento estratégico bem feito tem que ter mais passos importantes do que passos urgentes”, alerta, ao definir como urgente aquilo que precisa apagar incêndio. Importante é aquilo que não pode ser deixado para depois ou ser deixado de fazer.
Para Darli Baião, ao alcançar a meta por etapas, os gestores reforçam sentimentos positivos e ganham autoconfiança. Nesse sentido, ela cita as redes sociais e sua ideologia de performance absoluta, especialmente envolvendo atividades físicas. O mesmo vale para as organizações e suas metas, onde tudo é mensurável e pode ser gradativo e onde os objetivos precisam estar alinhados com a missão.
A professora Darli insiste que as organizações devem trabalhar as soft skills das pessoas para que elas desenvolvam as competências necessárias em linha com a visão e o propósito da empresa. “Estamos num barco onde é preciso ajustar as velas regularmente sem perder de vista o nosso horizonte”, finaliza.
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