A arrecadação do governo federal somou R$ 2,653 trilhões em 2024, alta real de 9,62% sobre 2023, segundo a Receita Federal. O valor é o maior da série histórica iniciada em 1995. O resultado foi impulsionado pelo crescimento econômico, medidas arrecadatórias e restrição ao uso de compensações tributárias.
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A Receita arrecadou R$ 2,524 trilhões com impostos federais, alta de 9,69% sobre o ano anterior. Já as receitas administradas por outros órgãos, incluindo royalties do petróleo, cresceram 8,27%, para R$ 128,5 bilhões. A tributação de fundos fechados e offshore gerou R$ 20,6 bilhões, enquanto a atualização de bens e direitos no exterior rendeu R$ 7,4 bilhões.
Ações de conformidade e transação tributária adicionaram R$ 18,3 bilhões à arrecadação. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) arrecadou R$ 307,8 milhões, bem abaixo da previsão inicial de R$ 55 bilhões, ajustada depois para R$ 37,7 bilhões. A Receita atribuiu a diferença à demora na resolução de processos.
Em dezembro, a arrecadação cresceu 7,78% acima da inflação, totalizando R$ 261,265 bilhões, superando a projeção da pesquisa da Reuters, que indicava R$ 258,95 bilhões. A arrecadação administrada pela Receita foi de R$ 254,054 bilhões, alta de 7,64%, enquanto a de outros órgãos subiu 13,01%, para R$ 7,2 bilhões.
O aumento na arrecadação foi puxado pelo recolhimento de Pis/Cofins, que cresceu R$ 85 bilhões (+18,6%), além de ganhos no Imposto de Importação, IPI e Imposto de Renda. Os setores com maior avanço nominal foram comércio atacadista, entidades financeiras e combustíveis.
A alta na receita favorece o cumprimento da meta de déficit primário zero em 2024, dentro da margem de 0,25 ponto percentual do PIB. O dado oficial ainda não foi divulgado, mas a equipe econômica afirma que a meta foi atingida.
Apesar dos resultados, o mercado segue cético quanto à estabilização da dívida pública, devido ao alto custo com juros. A incerteza aumentou após o governo anunciar um pacote de contenção de gastos considerado insuficiente e propor isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Para 2025, o governo mantém a meta de déficit zero, mas enfrenta desafios com a possível desaceleração econômica e juros elevados.
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