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BRICS: Brasil prioriza pagamentos transfronteiriços e descarta moeda comum

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O Brasil não pretende propor uma moeda comum para o BRICS em 2025, mas buscará integrar sistemas de pagamento entre os países do grupo. A medida visa ampliar o uso de moedas locais e reduzir a dependência do dólar no comércio e nos investimentos, segundo quatro fontes do governo ouvidas pela Reuters.


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A estratégia se concentra na adoção de novas tecnologias e na redução de custos das transações, alinhada a padrões internacionais, como os do Banco de Compensações Internacionais (BIS), afirmaram três dessas fontes.

A criação de uma moeda comum nunca foi discutida tecnicamente pelo BRICS, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Indonésia. O tema ganhou visibilidade após sanções do Ocidente contra a Rússia, mas permanece fora da agenda oficial.

Nos últimos dias, Fazenda e Banco Central analisaram propostas que o Brasil apresentará ao BRICS neste ano, incluindo a modernização dos pagamentos transfronteiriços. O plano será detalhado aos demais membros em reunião na África do Sul, no fim de fevereiro, paralelamente ao G20.

O governo brasileiro busca evitar antagonismos com os Estados Unidos, especialmente com Donald Trump, que já ameaçou impor tarifas de 100% a países que apoiem alternativas ao dólar. A redução da dependência da moeda norte-americana seria consequência da integração de sistemas, e não seu objetivo principal, disseram as fontes.

BRICS tem exemplos a vista

O Brasil já possui um Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) com Argentina, Uruguai e Paraguai, permitindo transações diretas em reais. Em 2024, o comércio Brasil-Argentina movimentou R$ 5,13 bilhões pelo sistema, uma fração dos US$ 27 bilhões transacionados entre os países. A liquidação, porém, ainda leva três dias úteis.

A digitalização dos pagamentos transfronteiriços, impulsionada pelo sucesso do Pix, pode aumentar a eficiência e segurança das operações internacionais. Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, destacou que o sistema tem potencial para integração global, mas desafios de governança ainda precisam ser superados.

*Com informações do Reuters

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